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A secretária de Educação Glória Magalhães e o advogado Abrahão Neto
Denis
Pereira
A
Voz da Notícia
O
assunto da semana, voltou a ser os professores da rede municipal de ensino que
afirmam que não estão recebendo o reajuste oferecido por lei a classe. Na segunda-feira
(16), foi protocolado na Câmara Municipal um pedido de criação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) pelos próprios servidores, que ganhou o apoio da
oposição, mas, que não teve votos suficientes.
Depois
da repercussão que o caso ganhou, a Equipe Positiva, pediu informações à prefeita
Luciana Mendonça, que pediu a sua Assessoria Jurídica e a secretária de
educação Glória Lúcia Magalhães para dar esclarecimentos sobre o piso e o
reajuste de 22.22%, por estar viajando. Na tarde desta quinta-feira (19),
Abrahão Elias Neto que presta assessoria e consultoria jurídica à
Administração, afirmou que o município paga sim o piso nacional aos
profissionais do Magistério, baseado na legislação e na verdade.
A
situação que existe em Três Pontas é uma diferenciação em relação aos
profissionais da educação. Caso dos professores do ensino básico, a quem
tecnicamente a lei define o piso nacional que deve ser aplicado, não existe
segundo Neto, servidor que esteja recebendo seu vencimento em valor inferior ao
piso nacional do magistério que é de R$1.451,00, para a jornada de 40 horas
semanais. Segundo o advogado, a lei determina que em função dos princípios de
proporcionalidade as jornadas inferiores tenha o piso proporcional. Na cidade,
existem casos que profissionais recebem mensalmente R$870,60, para a jornada de
24 horas semanais.
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Abrahão
Neto afirma que o assunto é extremamente delicado, e com a chegada do período
político, as pessoas tentam criar argumentos de natureza política. “O assunto tem
que ser tratado com seriedade e tecnicamente, tirando- o do cenário político, pois
gera expectativa e ao gerar expectativa obviamente as pessoas passam a ter uma
dimensão do seu direito de uma forma diferenciada e isso não nos parece justo, pois a prefeitura
vem cumprindo tudo o que a lei determina. “Qualquer mudança que vier a ocorrer
ela será respeitada pela prefeitura”, afirmou.
Sobre
a questão do reajuste de 22.22%, elevando para R$1.451 os salários, Neto
categoricamente enaltece que isto não implica necessariamente que elas, “as
professoras”, tenham direito a uma revisão de 22%, e sim a um aumento
necessário para que elas atinjam o piso. “Não há que se falar no repasse automático
desta porcentagem, o município tem que cumprir com o valor do piso que está em
lei observada a jornada de trabalho”, diz.
Exemplificando,
o piso nacional anterior que antes era de R$1.193,00, estes 22% elevaram para
R$1.451. Se temos um profissional recebendo R$1,5 mil para uma jornada de 40
horas, ele não faria jus a nenhum tipo de acréscimo, pois ele já estaria
recebendo o piso. O que se deve é ser respeitado o valor mínimo aos servidores
do magistério.
Na
questão da retroatividade, o consultor jurídico explica que remuneração de
servidor é matéria de reserva legal, ou seja, necessariamente e independentemente
da lei federal, o Legislativo Municipal tem que ser ouvido e tem que aprovar uma
norma municipal adequando como e quando vai acontecer a questão da
retroatividade. “Como a prefeitura já cumpre o piso nacional do magistério. Não
sabemos se quer avaliar se existe um valor retroativo a ser pago. No meu
entendimento não”, apontou.
Com
a experiência que tem de outras localidades, Dr. Abrahão, disse que o piso
nacional é uma dificuldade enfrentada em diversas prefeituras do país. A realidade
que se mostra em Três Pontas é uma rara e grata exceção, pois a maioria, principalmente
os pequenos não tem condições de pagar estes valores. “A gente tem que destacar
que está em fase final de discussão, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI),
sobre esta lei. Isto porque o Governo Federal em desrespeito ao Pacto
Federativo, impôs um valor ignorando as suas condições financeiras, suas características,
questões regionais, diferenças da dimensão territorial, pois, existem regiões que
vivem em estado de miséria e pobreza absoluta. As desigualdades foram ignoradas
pelo legislador federal. Obviamente que quando você trata o desigual de uma
forma homogênea, você traz dificuldade para o cumprimento da norma. A norma não
vem sendo cumprida de uma maneira extensa por todos os municípios. Muito pelo
contrário, houve movimentos de prefeitos em Brasilia quando muitos firmaram um
pacto, no não cumprimento do Piso Nacional.
A
secretária de educação Glória Lúcia Magalhães acrescentou que em momento algum
foi procurada para prestar esclarecimentos sobre o assunto, mesmo tendo um bom
relacionamento com as professoras. Ela e o advogado Dr. Abrahão, estão a
disposição e ainda não foram procurados para responder qualquer questionamento.
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