quarta-feira, 2 de maio de 2012

PERDA DE MANDATO: Oposição se solidariza com o vereador Érik dos Reis durante sessão da Câmara. OUÇA OS DISCURSOS NA RÁDIO POSITIVA

Ouça na íntegra na Rádio Positiva Web o desabafo de Érik dos Reis e o apoio dos colegas de oposição, que afirmam que o vereador está perdendo o cargo por manter seu ideal político e não participar de conchavos. Sérgio Silva chegou a dizer que a justiça não olha para os comícios antecipados que estão sendo realizados
As declarações feitas no plenário são fortes. OUÇA



Denis Pereira
A Voz da Notícia

O silêncio pairou na sessão ordinária da Câmara Municipal de Três Pontas, realizada nesta quarta-feira(02), por causa do ponto facultativo decretado no Poder Legislativo. O motivo foi que as atenções estavam voltadas ao discurso do vereador Érik dos Reis Roberto (PSDB), que na semana passada teve seu caso julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o tirou o mandato. Isto porque, o secretário da Mesa Diretora, no fim do ano passado trocou o PRP – partido pelo qual foi eleito, pelo PSDB. O suplente Dr. Silvio César da Silva, entrou na justiça reivindicando a vaga e venceu a disputa por unanimidade.
A decisão divulgada em primeira mão pela Equipe Positiva, ganhou enorme repercussão no facebook, tanto que eleitores, promoveram uma manifestação no último sábado (28), contra a medida de tirar o professor do cargo.
Como a decisão ainda não foi publicada pelo TRE, Érik continua no cargo, porém, na sessão ordinária de hoje, que pode ter sido a última dele neste mandato, os colegas se despediram. O bloco considerado oposição chorou e se emocional ao falar do caso, considerado uma injustiça tirá-lo do seu posto ao qual foi eleito, por não compartilhar dos ideais políticos da sigla que estaria o coagindo a ‘pagar o dízimo’ e a situação o pressionando para participar de conchavos.
Entre os companheiros da oposição, Érik usou da Tribuna, observado por seus familiares, a esposa Mara Lúcia, o filho Breno e a irmã Érika. Ele não limitou palavras para demonstrar sua indignação com a diferença de tratamento usado no processo elaborado pelo seu advogado Marcelo Porchat de Assis, que juntou várias decisões, e acórdãos de janeiro e fevereiro em que o TRE manteve vereadores na mesma situação que ele no cargo. Apesar do pedido feito nas alegações finais do documento, a juíza do caso, disse que seu voto estava pronto a 10 dias. O legislador ainda alegou que sua petição sequer foi lida. Segundo informou, quase 100 deputados e senadores trocaram de sigla. Ao serem julgados, apenas um perdeu o mandato, mas recorreu e se manteve na vaga, divulgou o Congresso em Foco. "Acreditei na justiça e estou pagando o preço por ser honesto, por ter ideologia política, mas que acreditei na justiça", diz.
"Perdi a batalha, mas não a guerra" - Érik dos Reis
A nível municipal, recordou que quem sempre o acompanha sabe que a ‘rasteira’, que tomou não foi agora. Ele se referia ao trabalho que teve para trazer para o Município o Partido Social Democrático (PSD). Na época Érik fez um movimento, conseguiu mais de mil assinaturas, porém, o grupo que não quis citar o nome tomou o partido. O então presidente apenas ligou para informá-lo que estaria pronto para o ajudar, o oferecendo o que estaria disponível a todos, mas, que a sigla já teria seu presidente. O PSD, sigla criada ano passado, seria a forma de Érik não correr o risco de perder o mandato, já que a legislação permite que os mandatários se transfiram para novos grupos. “Não estou aqui por dinheiro. Mas também não estou aqui de passagem, quero fazer a diferença. Não é a toa que tive 6% dos votos e a população está indignada e engasgada com esta política, cheia de acordos. Quem clama é esta ovelha que está sendo levada ao abatedouro”, discursou o professor.
Com os olhos lacrimejando, finalizou dizendo que quando tiver que deixar o cargo, sai da mesma forma que entrou, de cabeça erguida e com a certeza do dever cumprido, de que fez tudo o que estava ao seu alcance. Aos seus familiares, amigos e companheiros a certeza de que não precisa deste dinheiro, pois tem a sua profissão de professor a qual sustenta sua família, por isto, não precisa de ninguém pagar suas contas ou conquistar cargos. “Deixo a semente da dignidade e a consciência de que perdi uma batalha, mas não a guerra” disse. Agradeceu o apoio de deputados que foram parceiros verdadeiros e que disponibilizaram a seu pedido, recursos para o município. Não esqueceu dos colegas e dos servidores da Casa que sempre o ajudaram a desempenhar seu papel de legislador.
A parceira de bancada Alessandra Vitar Sudério Penha (PPS) chorou. Emotiva, disse que a cidade toda vem acompanhando o que está acontecendo. Demonstrou em suas palavras, indignação que a mesma lei pune poucos outros não. “Fico pensando o que será que está por trás disso”, alfinetou. Nas palavras de Alessandra o Érik assim como os demais da oposição, não se vendem, não se corrompem. “Érik sempre teve o perfil de líder, por isso as pessoas confiaram nele. Esta não é uma despedida é algo maior que Deus tem para você”, discursou a única vereadora.
Sérgio Eugênio Silva (PPS), seguiu a mesma linha, foi mais crítico e não poupou diretas ao grupo da situação. Algumas situações para o vice presidente da Mesa são difíceis de entender, sempre tem um grupo por trás. “Sai uma cavalgada até o Distrito do Quilombo Nossa Senhora do Rosário, uma semana depois entram na justiça. Agora pede a cabeça do vereador. O mesmo advogado. Enquanto isto, realizam todo fim de semana comício antecipado, todos sabem e não a justiça não vê isto? Tiram fotos e postam nas redes sociais”, questiona Sérgio Silva. Sem motivos para dar boa noite, para ele, a pior reunião dos últimos 4 anos e meio. “A nossa dignidade não tem preço. Considero como se eu estivesse saindo”, afirmou. Apesar de todos saberem da sua preferência, o suplente que deve assumir a vaga, será recebido por ele de braços abertos.

Oposição perde um membro importante, decisivo em seu voto e categórico em seus discursos. Para o presidente do PPS Sérgio Silva, Érik sai fortalecido. Para Alessandra Sudério alguém pode estar por trás desta decisão

PAUTA
A sessão que de novo começou atrasada, não teve ninguém se manifestando no pequeno expediente. A pauta que havia apenas um projeto de lei do Executivo, foi logo cumprida. Por unanimidade dos presentes, os vereadores aprovaram a instituição da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) e Declaração Eletrônica de Serviços (DES) no Município de Três Pontas. O novo modelo de documento fiscal eletrônico virá substituir a sistemática atual de emissão de documento fiscal em papel, com validade jurídica garantida pela assinatura digital, de modo a simplificar as obrigações acessórias dos contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo Fisco Municipal.
O vereador Geraldo Alves Lopes (PMDB), que na semana passada estava em viagem para Brasília, novamente não participou do encontro semanal dos legisladores. Sua ausência, foi justificada pelo presidente Sebastião Pacífico (PSD), porém, de novo sem informar o motivo da falta. O vereador Antônio Carlos de Lima (PSD), deixou o Plenário assim que o projeto foi aprovado, dez minutos depois do início da sessão.


O filho Breno, a esposa Mara Lúcia e a irmã Érika foram acompanhar a sessão que pode ser a última do vereador Érik dos Reis




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