Ouça na íntegra na Rádio Positiva Web o desabafo de Érik dos Reis e o apoio dos colegas de oposição, que afirmam que o vereador está perdendo o cargo por manter seu ideal político e não participar de conchavos. Sérgio Silva chegou a dizer que a justiça não olha para os comícios antecipados que estão sendo realizados
As declarações feitas no plenário são fortes. OUÇA
Denis Pereira
A Voz da Notícia
O silêncio pairou na sessão ordinária da
Câmara Municipal de Três Pontas, realizada nesta quarta-feira(02), por causa do
ponto facultativo decretado no Poder Legislativo. O motivo foi que as atenções
estavam voltadas ao discurso do vereador Érik dos Reis Roberto (PSDB), que na
semana passada teve seu caso julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o
tirou o mandato. Isto porque, o secretário da Mesa Diretora, no fim do ano
passado trocou o PRP – partido pelo qual foi eleito, pelo PSDB. O suplente Dr.
Silvio César da Silva, entrou na justiça reivindicando a vaga e venceu a
disputa por unanimidade.
A decisão divulgada em primeira mão pela Equipe
Positiva,
ganhou enorme repercussão no facebook, tanto que eleitores, promoveram uma
manifestação no último sábado (28), contra a medida de tirar o professor do
cargo.
Como a decisão ainda não foi publicada pelo TRE,
Érik continua no cargo, porém, na sessão ordinária de hoje, que pode ter sido a
última dele neste mandato, os colegas se despediram. O bloco considerado
oposição chorou e se emocional ao falar do caso, considerado uma injustiça
tirá-lo do seu posto ao qual foi eleito, por não compartilhar dos ideais políticos
da sigla que estaria o coagindo a ‘pagar o dízimo’ e a situação o pressionando
para participar de conchavos.
Entre os companheiros da oposição, Érik usou
da Tribuna, observado por seus familiares, a esposa Mara Lúcia, o filho Breno e
a irmã Érika. Ele não limitou palavras para demonstrar sua indignação com a
diferença de tratamento usado no processo elaborado pelo seu advogado Marcelo
Porchat de Assis, que juntou várias decisões, e acórdãos de janeiro e fevereiro
em que o TRE manteve vereadores na mesma situação que ele no cargo. Apesar do
pedido feito nas alegações finais do documento, a juíza do caso, disse que seu
voto estava pronto a 10 dias. O legislador ainda alegou que sua petição sequer
foi lida. Segundo informou, quase 100 deputados e senadores trocaram de sigla.
Ao serem julgados, apenas um perdeu o mandato, mas recorreu e se manteve na
vaga, divulgou o Congresso em Foco. "Acreditei na justiça e estou pagando o preço
por ser honesto, por ter ideologia política, mas que acreditei na justiça", diz.
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"Perdi a batalha, mas não a guerra" - Érik dos Reis |
Com os olhos lacrimejando, finalizou dizendo
que quando tiver que deixar o cargo, sai da mesma forma que entrou, de cabeça erguida e
com a certeza do dever cumprido, de que fez tudo o que estava ao seu alcance. Aos
seus familiares, amigos e companheiros a certeza de que não precisa deste
dinheiro, pois tem a sua profissão de professor a qual sustenta sua família,
por isto, não precisa de ninguém pagar suas contas ou conquistar cargos. “Deixo
a semente da dignidade e a consciência de que perdi uma batalha, mas não a
guerra” disse. Agradeceu o apoio de deputados que foram parceiros verdadeiros e
que disponibilizaram a seu pedido, recursos para o município. Não esqueceu dos
colegas e dos servidores da Casa que sempre o ajudaram a desempenhar seu papel
de legislador.
A parceira de bancada Alessandra Vitar Sudério
Penha (PPS) chorou. Emotiva, disse que a cidade toda vem acompanhando o que
está acontecendo. Demonstrou em suas palavras, indignação que a mesma lei pune
poucos outros não. “Fico pensando o que será que está por trás disso”,
alfinetou. Nas palavras de Alessandra o Érik assim como os demais da oposição,
não se vendem, não se corrompem. “Érik sempre teve o perfil de líder, por isso
as pessoas confiaram nele. Esta não é uma despedida é algo maior que Deus tem
para você”, discursou a única vereadora.
Sérgio Eugênio Silva (PPS), seguiu a mesma
linha, foi mais crítico e não poupou diretas ao grupo da situação. Algumas
situações para o vice presidente da Mesa são difíceis de entender, sempre tem
um grupo por trás. “Sai uma cavalgada até o Distrito do Quilombo Nossa Senhora
do Rosário, uma semana depois entram na justiça. Agora pede a cabeça do
vereador. O mesmo advogado. Enquanto isto, realizam todo fim de semana comício
antecipado, todos sabem e não a justiça não vê isto? Tiram fotos e postam nas
redes sociais”, questiona Sérgio Silva. Sem motivos para dar boa noite, para
ele, a pior reunião dos últimos 4 anos e meio. “A nossa dignidade não tem
preço. Considero como se eu estivesse saindo”, afirmou. Apesar de todos saberem
da sua preferência, o suplente que deve assumir a vaga, será recebido por ele
de braços abertos.
Oposição perde um membro importante, decisivo em seu voto e categórico em seus discursos. Para o presidente do PPS Sérgio Silva, Érik sai fortalecido. Para Alessandra Sudério alguém pode estar por trás desta decisão
PAUTA
A sessão que de novo começou atrasada, não teve
ninguém se manifestando no pequeno expediente. A pauta que havia apenas um
projeto de lei do Executivo, foi logo cumprida. Por unanimidade dos presentes,
os vereadores aprovaram a instituição da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica
(NFS-e) e Declaração Eletrônica de Serviços (DES) no Município de Três Pontas. O
novo modelo de documento fiscal eletrônico virá substituir a sistemática atual
de emissão de documento fiscal em papel, com validade jurídica garantida pela
assinatura digital, de modo a simplificar as obrigações acessórias dos
contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em tempo real das
operações comerciais pelo Fisco Municipal.
O vereador Geraldo Alves Lopes (PMDB), que na
semana passada estava em viagem para Brasília, novamente não participou do
encontro semanal dos legisladores. Sua ausência, foi justificada pelo
presidente Sebastião Pacífico (PSD), porém, de novo sem informar o motivo da
falta. O vereador Antônio Carlos de Lima (PSD), deixou o Plenário assim que o projeto foi aprovado, dez minutos depois do início da sessão.
O filho Breno, a esposa Mara Lúcia e a irmã Érika foram acompanhar a sessão que pode ser a última do vereador Érik dos Reis
DEUS VAI OLHAR POR VC
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