Denis Pereira
Voz da Notícia
A administração da Santa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas, recebeu na manhã desta quinta-feira (05) a EQUIPE POSITIVA, para falar sobre a greve dos médicos na instituição iniciada no dia 25 de abril e que foi comunicada a diversos órgãos como o Ministério Público, Secretaria de Saúde, Associação Médica, Delegacia de Polícia e a prefeita Luciana Mendonça, que foram cientificados da decisão.
Um dia depois da paralisação, os anestesistas Antônio Carlos Cassiano e Márcio Mudrik falaram com a imprensa e, expuseram a situação que segundo eles, chegou a um ponto insustentável. No fim da tarde, a direção do hospital pagou os 30% restante dos salários de janeiro e o mês de fevereiro integral. Faltam serem quitados os subsídios de março, que venceu no último dia 20 de abril. Porém, isto não foi suficiente para convencer a classe a retornar ao trabalho normal que exige o pagamento de toda a dívida. O atendimento está funcionando em regime de plantão de 12 horas. As cirurgias eletivas já marcadas, tanto através do Sistema Único de Saúde (SUS), como particulares e convênios estão suspensas por tempo indeterminado. Só passarão por procedimentos os casos de urgência e emergência.
Depois de se reunir com o Conselho de Administração, o administrador da Santa Casa Rogério Abreu, nos entregou uma reportagem já elaborada pelo grupo, que está sendo divulgada pelos veículos de comunicação.
Segundo os dados, foi feito um levantamento dos pagamentos efetuados de janeiro de 2010 a março deste ano, onde ficou constatado que de janeiro a dezembro do ano passado, o atraso médio ponderado nos pagamentos foi de 9,84 dias. Já entre janeiro de 2010 a março de 2011, o atraso foi de 12,91 dias. “Temos consciência de que qualquer remuneração por serviço prestado deve ser paga rigorosamente em dia, porém não concordamos que os atrasos acima mencionados justifiquem uma paralisação punitiva e muito menos, a afirmação de que tal situação está se tornando insustentável”, afirma os membros do Conselho.
O impasse pode ser acertado se os repasses da subvenção municipal no valor de R$ 100 mil mensais fossem feitos com regularidade, no dia 20 de cada mês. Pois é somente com estes recursos é que se pode honrar com o pagamento dos plantões hospitalares, cujo valor total gira em torno de R$107 mil ao mês.
A direção não esconde que não mantém seus compromissos em dia e, justifica que é administrado um déficit financeiro diário, sempre com cuidado no cumprimento do pagamento de salários, honorários e plantões médicos, medicamentos e materiais hospitalares. O restante é cumprido dentro do possível, sem comprometer o bom funcionamento da entidade.
Durante nossa conversa com Rogério Abreu na Santa Casa, ele mostrou uma reportagem do Jornal Estado de Minas sobre a situação dos hospitais de Minas Gerais. A dívida de 360 instituições é de R$600 milhões. Estas unidades de saúde são responsáveis por 54% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. “As tabelas de remuneração do SUS alcançam hoje uma defasagem de 40 a 50% dos custos dos atendimentos médicos-hospitalares. Situação que atinge todos os hospitais públicos e filantrópicos que prestam serviço ao SUS. A grande maioria encontra-se em situação de quase falência e uma pequena parte trabalha como nós, com grande aperto financeiro”.
Porém, esta situação financeira não compromete o aparelhamento técnico do hospital, pois todos os recursos financeiros doados pela população são aplicados em melhorias, que conjuntamente com recursos recebidos a fundo perdido dão sustentação aos programas para construção de novas obras, equipamentos e capacitação de funcionários. “Trabalhamos hoje com um razoável programa de informatização e com uma equipe de funcionários bem treinada tanto na área administrativa e técnica. Falta-nos uma atualização em aparelho de Raios-X e um Intensificador de Imagem os quais já se encontram em fase de aquisição. Aguardamos também o credenciamento de uma UTI Neonatal e alta complexidade em ortopedia e neurocirurgia, além do hospital-dia psiquiátrico com previsão de funcionamento a partir de julho próximo” divulga o conselho.
A paralisação destes médicos, prejudica a população e principalmente os clientes do SUS. Os particulares e os que possuem planos de saúde têm a opção de buscar recursos em outros hospitais. A situação reduz a receita do hospital São Francisco de Assis que já é aquém de suas necessidades. E ainda habitua a população de maior potencial econômico-financeiro a buscar atendimento em outras cidades, principalmente Varginha que se encontra a 28 quilômetros de Três Pontas.
O Conselho de Administração afirma que está fazendo o máximo possível para regularizar os pagamentos. No momento como solução, estão tentando contratar profissionais para complementar estes serviços e que possam conviver com essa situação. Apenas 4 médicos anestesistas estão atendendo urgência e emergência, situação que afeta a todas as cirurgias eletivas.
EMPRESA PARCEIRA DA EQUIPE POSITIVA


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