sábado, 16 de julho de 2011

Preço do café subiu 56% no ano, mas produtor reclama


O mercado mundial de café vive um momento de níveis de estoque despencando e preços disparando. Em maio de 2011, o agricultor brasileiro chegou a ver a cotação do grão bater um recorde de 34 anos. Apesar da acomodação no valor nos meses seguintes, a cotação ainda é alta se confrontada com a de anos anteriores.
Na comparação dos preços da saca de 60 quilos do café arábico, houve uma valorização de 56% entre julho de 2010 e julho de 2011. Hoje, o valor varia entre R$ 455 e R$ 470. Em 2010, o valor girava em torno de R$ 300.
A explicação para as altas dos preços são os problemas enfrentados por alguns grandes produtores mundiais. A Colômbia - principal concorrente do Brasil em cafés de qualidade - e o Vietnã tiveram sucessivas quebras de safra e problemas para manter o nível de produção. Com a pouca oferta mundial e os preços em alta, o produtor brasileiro enxergou boas perspectivas.
"É um momento bom, mas poderia estar sendo melhor aproveitado. O preço está alto no mercado internacional, mas temos de lembrar do problema cambial. O dólar desvalorizado limita nossos ganhos", diz o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) e presidente da Comissão Técnica de Café da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquita.
Segundo ele, os ganhos do produtor não correspondem à valorização do produto brasileiro no mundo e que esse momento poderia estar sendo aproveitado para uma modernização da produção e aquisição de novas tecnologias. "Os ganhos têm sido insuficientes até para que os produtores cubram as perdas e os passivos acumulados nos últimos anos quando poderia ser o momento para importação de máquinas, por exemplo".
Mesmo com as incertezas da economia mundial e com a perda do peso comercial de algumas nações importantes da União Europeia, a perspectiva de especialistas e analistas de mercado é que a alta do café se sustente pelo menos até os próximos dois anos. (Fonte: O Tempo)