terça-feira, 12 de julho de 2011

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santana da Vargem entrega escrituras do Programa Nacional de Crédito Fundiário


 Três famílias deixaram de ser empregados para cuidar de suas próprias terras

A alegria estava estampada no rosto de quem tanto lutou para conquistar a sua própria terra. Alías, a realização do sonho de muita gente, é deixar de cuidar do que é dos outros e se dedicar exclusivamente ao que é seu.

Foi o que aconteceu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais segunda-feira e terça-feira (27 e 28 de junho), quando mais três famílias, assinaram e receberam a escritura de suas terras, conseguidas através do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que oferece condições para que os trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra possam comprar um imóvel rural por meio de um financiamento. O recurso ainda é usado na estruturação da infra-estrutura necessária para a produção e assistência técnica e extensão rural. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se desenvolver de forma independente e autônoma. As famílias de Aguinaldo Resende, Romilton Justino Pereira e Evaristo da Silva assinaram a documentação juntamente com os líderes sindicais, os vendedores das terras e o gerente do Banco do Brasil de Santana da Vargem Milton Nogueira Vaz, que é o intermediador financeiro.

Alegria também do Sindicato dos Trabalhadores, que tem papel fundamental em todo o processo que é moroso, cheio de regras a serem cumpridas e muito, mas, muito papel para organizar.
“Mas, o importante para nós é que são mais trabalhadores, que deixam de ser empregados para ter sua renda própria, que vão buscar o sustento de suas famílias com o que produzir no chão que agora lhes pertencem”, disse com satisfação o presidente do sindicato José Lázaro Honório.
Com a mecanização da cafeicultura e a 
exclusão de várias vagas de empregos 
geradas no campo, principalmente 
durante a colheita do café, o presidente do 
sindicato dos trabalhadores rurais 
José Lázaro Honório acredita, que o setor 
está cumprindo seu papel

Ele explicou que para conseguir se enquadrar, é preciso comprovar 5 anos de atividade rural, procurar a área que deseja comprar, negociar e procurar o sindicato para iniciar os procedimentos burocráticos. O beneficiado tem dois anos para começar a quitar o valor e tem um prazo de 17 anos para terminar. “Sabemos que incentivando o PNCF estamos combatendo o desemprego, pois com a mecanização da cafeicultura, muita gente está ficando sem oportunidades na colheita que inclusive já diminuiu seu período”.

A partir da concretização da compra através do programa, pode se pedir outros benefícios como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para ajudar a custear o plantio.

A realização de um sonho
Um dos beneficiados é Romilton Justino Pereira de 49 anos que já estava na hora da assinatura das escrituras, pensando em como festejar a conquista deste sonho que há anos, o trabalhador rural almejava. Casado e pai de três filhas, ele não esconde a gratidão ao sindicato que fez tudo. ““Adquiri estas terras graças primeiramente a Deus, e depois ao sindicato que não mediu esforços para me ajudar”, revela. Ele comprou 6,16 hectares na Fazenda Rancho Velho.
Ele terá como vizinho Aguinaldo Resende de 39 anos. Pai de 5 filhos ele correu quando para o sindicato quando soube desta oportunidade e logo começou a levantar documentos. Mesmo sabendo que o procedimento não é feito da noite para o dia, Aguinaldo soube ser paciente. “Agora vou construir minha casinha na minha terra para ficar mais perto do que é meu e de minha família”, falou radiante Aguinaldo. Aguinaldo conseguiu uma área de 6,85 hectares.
Evaristo da Silva que assinou a documentação na terça-feira, também não soube esconder a satisfação da sua inclusão no programa e faz muito planos com os 5,35 hectares de terra que adquiriu na região do Peão.
O valor total desta negociação feita pelo sindicato é de R$135 mil. Com mais estas três famílias, inclusas no programa Santana da Vargem passa a ter 9 negociações realizadas através do Crédito Fundiário.
“Estamos preparados para atender uma demanda bem maior, porém o preço que as pessoas estão pedindo nas terras que é avaliada pelo programa, dificulta a sua ampliação”, adianta José Honório.