Três famílias
deixaram de ser empregados para cuidar de suas próprias terras
A alegria estava estampada no rosto de quem
tanto lutou para conquistar a sua própria terra. Alías, a realização do sonho
de muita gente, é deixar de cuidar do que é dos outros e se dedicar
exclusivamente ao que é seu.
Foi o que aconteceu na sede do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais segunda-feira e terça-feira (27 e 28 de junho), quando mais três
famílias, assinaram e receberam a escritura de suas terras, conseguidas através
do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), que oferece
condições para que os trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra possam
comprar um imóvel rural por meio de um financiamento. O recurso ainda é usado
na estruturação da infra-estrutura necessária para a produção e assistência
técnica e extensão rural. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa,
preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais
for necessário para se desenvolver de forma independente e autônoma. As
famílias de Aguinaldo Resende, Romilton Justino Pereira e Evaristo da Silva
assinaram a documentação juntamente com os líderes sindicais, os vendedores das
terras e o gerente do Banco do Brasil de Santana da Vargem Milton Nogueira Vaz,
que é o intermediador financeiro.
Alegria também do Sindicato dos Trabalhadores,
que tem papel fundamental em todo o processo que é moroso, cheio de regras a
serem cumpridas e muito, mas, muito papel para organizar.
“Mas, o importante para nós é que são mais
trabalhadores, que deixam de ser empregados para ter sua renda própria, que vão
buscar o sustento de suas famílias com o que produzir no chão que agora lhes
pertencem”, disse com satisfação o presidente do sindicato José Lázaro Honório.
Ele explicou que para conseguir se enquadrar,
é preciso comprovar 5 anos de atividade rural, procurar a área que deseja
comprar, negociar e procurar o sindicato para iniciar os procedimentos
burocráticos. O beneficiado tem dois anos para começar a quitar o valor e tem
um prazo de 17 anos para terminar. “Sabemos que incentivando o PNCF estamos
combatendo o desemprego, pois com a mecanização da cafeicultura, muita gente
está ficando sem oportunidades na colheita que inclusive já diminuiu seu
período”.
A partir da concretização da compra através
do programa, pode se pedir outros benefícios como o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para ajudar a custear o
plantio.
A
realização de um sonho
Um dos beneficiados é Romilton Justino
Pereira de 49 anos que já estava na hora da assinatura das escrituras, pensando
em como festejar a conquista deste sonho que há anos, o trabalhador rural
almejava. Casado e pai de três filhas, ele não esconde a gratidão ao sindicato
que fez tudo. ““Adquiri estas terras graças primeiramente a Deus, e depois ao
sindicato que não mediu esforços para me ajudar”, revela. Ele comprou 6,16
hectares na Fazenda Rancho Velho.
Ele terá como vizinho Aguinaldo Resende de
39 anos. Pai de 5 filhos ele correu quando para o sindicato quando soube desta
oportunidade e logo começou a levantar documentos. Mesmo sabendo que o
procedimento não é feito da noite para o dia, Aguinaldo soube ser paciente. “Agora
vou construir minha casinha na minha terra para ficar mais perto do que é meu e
de minha família”, falou radiante Aguinaldo. Aguinaldo conseguiu uma área de
6,85 hectares.
Evaristo da Silva que assinou a documentação
na terça-feira, também não soube esconder a satisfação da sua inclusão no
programa e faz muito planos com os 5,35 hectares de terra que adquiriu na
região do Peão.
O valor total desta negociação feita pelo
sindicato é de R$135 mil. Com mais estas três famílias, inclusas no programa
Santana da Vargem passa a ter 9 negociações realizadas através do Crédito
Fundiário.
“Estamos preparados para atender uma demanda
bem maior, porém o preço que as pessoas estão pedindo nas terras que é avaliada
pelo programa, dificulta a sua ampliação”, adianta José Honório.

