A Voz da Notícia
O vereador Érik dos Reis Roberto (35), vive dias de aflição para resolver a sua pendência com a Justiça Eleitoral, já que durante o seu mandato, em outubro de 2011, trocou o Partido Republicano Progressista (PRP) pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O vereador que obteve a maior votação entre os que cumprem mandato nesta legislatura – 1.719 votos, infringiu a Lei da Fidelidade Partidária, que determina que o mandato pertence ao partido e não ao parlamentar.
Na quarta-feira (18), o vereador que ocupa o cargo de secretário da mesa da Câmara de Três Pontas convocou a imprensa para explicar a sua situação, já que seu suplente, o médico mastologista Silvio César da Silva entrou na justiça para ter a vaga. Ele apresentou a defesa junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), de ter migrado de partido.
Você sempre soube do risco de perder o mandato, mesmo assim porque trocou de partido?
Érik – Antes de ser vereador, sou professor. E professor tem ideal e acredita nas coisas. Eu acredito em uma política limpa, honesta. E acredito que tive esta votação porque a população acreditava que a gente podia fazer a diferença como estamos fazendo na Casa Legislativa. O motivo seria o idealismo. Desde 2009, a gente vem solicitando reuniões periódicas para que a gente possa ter um comprometimento partidário e infelizmente não estava tendo. Está tendo uma cobrança onerosa do regional do partido, com a cobrança do dízimo, coisa ilegal e imoral. Além de fazerem ameaças por telefone, me diziam que seria cassado, perderia o mandato e perder meus bens. E é complicado porque a gente não tem provas disso. Será a minha palavra contra a do presidente Tiberlindo. Quando eu fui candidato, foi porque o Dr. Valério me procurou por este fato. Na época eu era filiado ao PR e tinha um compromisso com o Jorge da época da eleição do Tadeu Mendonça, candidato a deputado estadual – de um dia se fosse candidato, que eles me queriam do lado deles. Eu fui procurado por eles, com a idéia de uma política diferente, participativa, onde a população tivesse a sua voz. O motivo foi ideológico, como reza a resolução, no seu inciso terceiro, que diz que mudança ideológica do partido e também perseguição partidária.
Vereador, você teve até o início do mês para apresentar defesa em Belo Horizonte. A apresentação foi feita como o senhor queria e dentro do prazo?
Érik – Tivemos até o prazo dilatado por causa do recesso do judiciário. Os prazos foram todos cumpridos. Tudo feito como manda. O meu advogado Dr. Marcelo Porchat fez a defesa a qual eu tive acesso e ficou em síntese justamente o que aconteceu, para poder fazer a troca de partido.
Além da pressão do diretório estadual, houve mudanças também a nível local que você teria ficado descontente?
Érik – A gente foi procurado para poder fazer um trabalho diferenciado. Uma política participativa, onde o partido tivesse voz e vez. Mas, infelizmente as pessoas procuram partido político só na época de eleição. Eu não acredito nisso, acho que as pessoas tem que sempre estar trabalhando. Como acontece nas capitais ele precisa estar a par dos projetos para que possa de fato, um diferencial na sociedade. Mas isso não acontece com partido nenhum. Esta mudança ideológica, que posso citar recentemente é a mudança do senador Clésio Andrade do PR para o PMDB. Ele queria e tem a representatividade como senador só que o PR não aceitava isto. Para se ter uma idéia, houveram algumas reuniões do PRP e eu único vereador do partido não fui convidado.
Comentários na cidade afirmam que ao deixar o seu antigo partido, já estaria costurado uma aliança para você ser o vice na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Paulo Luiz Rabello. Isto é verdade?
Érik – Eu já ouvi estes comentários, mas, ninguém me procurou para fazer alguma negociação ou coisas deste tipo. É coisa para a gente conversar e estou aberto ao diálogo. Até coloco o meu nome a disposição do PSDB, porque a gente quer fazer de Três Pontas uma cidade melhor. A minha troca foi porque a gente tem aspirações políticas. Eu hoje estou vereador, mas eu não quero ficar para o resto da vida na vereança. O PSDB seria um partido que eu poderia alçar vôos maiores, inclusive com o apoio do governador Anastasia. Pesquisas recentes realizadas indicaram os parlamentares mais honestos e mais atuantes do Congresso Nacional, 5 são do PSDB, sendo que 3 são de Minas Gerais. Estes não querem apenas espaço, mas somar na sociedade.
Após o pedido do seu suplente Dr. Silvio César, como tem sido trabalhar na eminência de perder o mandato?
Érik – A gente fica um pouco apreensivo, porque a gente sabe que pode perder, mais ninguém gosta de perder. Na vida a gente sempre ganhou, desde a concepção. Quando a gente perde fica um pouco frustrado. A gente fica bastante ansioso, com a cabeça fervendo, mas buscando sempre manter a tranqüilidade, a calma para não tomar decisões precipitadas.
Quando deve sair o resultado do processo?
Érik – Eu tenho acompanhado o processo pela internet. O processo está com o relator da Justiça Eleitoral em Belo Horizonte, que vai analisar a documentação tanto enviada por mim, quando pelo meu suplente. Mais no máximo em 30 dias, já deve haver um parecer neste sentido.


Um comentário:
Engraçado, você editaram a entrevista coletiva do Professor Erik, basta comparar com o Coreio Trespontano, especialmente quando ela fala que a sua defesa ficou muito boa feita pelo advogado dele, vocês simplesmente excluíram isso da fala. É essa a imparcialidade de vcs? Rui Barbosa.
Postar um comentário