quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Corpo de “Nossa Mãe” é exumado e já está no Carmelo São José

Missa de abertura do processo de beatificação será neste domingo na Matriz. Em seguida, restos mortais serão levados para o Carmelo, onde será inaugurada a capela Nossa Mãe

Denis Pereira
A Voz da Notícia

As irmãs Carmelitas se preparam desde que chegou de Roma a licença para a abertura do processo de beatificação de Teresa Margarida do Coração de Maria, “Nossa Mãe”, em 07 de julho de 2011. A partir daí, a vida das enclausuradas se girou em torno disto. Há um mês, a comunidade religiosa está fazendo uma preparação espiritual, uma vivência da prática das virtudes e ainda mais de oração e silêncio. “A gente está se preparando para viver na intensidade este momento tão especial e único. Esta é a primeira vez que isto acontece e nos deixa muito felizes, mas aumenta a nossa responsabilidade, pois ela seguiu esta mesma vida e viveu na perfeição, ao ponto de ser reconhecida pela igreja”, afirmou a priora do Carmelo São José, irmã Vânia Maria do Espírito Santo (foto). Em uma das cartas que recebeu recentemente, uma pessoa brincava que para ser santo precisa vir para Três Pontas, por causa de Padre Victor e agora Nossa Mãe. Alias, no início do ano a vida e virtudes do Anjo Tutelar foram reconhecidas pelos bispos e cardeais, faltando a decisão do Papa Bento XVI para se tornar Venerável.
O reconhecimento do povo de Deus, vai se transformar em um processo de beatificação da Serva de Deus Nossa Mãe, outra benção para Três Pontas, que tinha desta mulher de pequena estatura, mas de coração enorme, suas orações e conselhos.
O processo será aberto em sessão solene marcada para as 16 horas deste domingo (04), na Matriz Nossa Senhora D’Ajuda. Porém, a partir de 14 horas os restos mortais da Nossa Mãe já estarão em urna para visitação na igreja. Logo em seguida começa a celebração, que segue um ritual diferente das habituais. No fim da celebração os fiéis saem em procissão até o Carmelo, onde os restos mortais serão colocados no túmulo e a capela será inaugurada. Para a cerimônia, as irmãs deixaram a Casa e vão à Matriz, junto a outras comunidades religiosas de diversas localidades do Brasil. De Minas Gerais, já estão confirmados as presenças dos carmelos de: Patos de Minas, Passos, Divinópolis, Belo Horizonte, Montes Claros, Coronel Fabriciano e Pouso Alegre. De São Paulo, Tremembé e Aparecida, onde ela começou a vida religiosa, além de Trindade em Goiás. Algumas religiosas já chegaram a Três Pontas e acompanham toda a preparação de perto.

EXUMAÇÃO
Os restos mortais foram retirados do túmulo no Cemitério no início da noite do último domingo (26). Fechado ao público, após alguns religiosos participaram. Foram quatro irmãs do Carmelo, os padres Vânis, Ednaldo e Rogério, pedreiro e mestre de obras, e policiais militares que ajudaram na segurança do traslado. Da Diocese da Campanha, Dom Diamantino Prata de Carvalho que fez as orações durante a abertura do caixão. De Roma o postulador da Causa, Dr. Paolo Villota já está na cidade e participou do ato. Quando chegou ao Carmelo, os sinos soarem o que chamou a atenção dos vizinhos, que pararam em frente ao prédio e do grupo de oração Kerigma, que se reúne todos os domingos a noite na capela.
Durante esta semana, os ossos estão passando por tratamento para não deteriorarem. Eles serão colocados em uma capela mortuária, construída anexo a igreja do Carmelo. O local que já está pronto tem entrada independente ao público, sem interferir na rotina da Casa e ficará aberta o dia todo.
A obra coordenada pela arquiteta Daniele Figueiredo Brito Barbosa, explicou às irmãs, quais os significados de cada item usado na edificação.  No fundo do vidro há um crucifixo, com uma parede toda de pedras portuguesas brancas, representando o povo de Deus. As paredes são de madeira, significando a vida de austeridade do Carmelo. O chão é todo de granito com algumas manchas escuras, representando o mundo de hoje, tão conturbado, cheio de problemas, como a miséria e a violência; contou Irmã Vânia. O túmulo é todo branco, significando a vida de santidade e pureza de nossa Mãe, que dentro do Carmelo, conseguiu enxergar o povo de Deus. 


PROCESSO
Para cuidar do processo de beatificação, Dom Diamantino nomeou duas comissões - um Tribunal Eclesiástico e a Comissão Histórica, com cargos e posições definidas dentro da Diocese. O juiz delegado padre Ednaldo Barbosa, o promotor padre Rogério Silva e o notário Ronaldo Frigini de São João da Boa Vista já com experiência em processos de beatificação que já começou a trabalhar, ouvindo testemunhos sobre a Madre, começando pelas irmãs de outras comunidades que já estão hospedadas no Carmelo São José, formam o Tribunal Eclesiástico. A notária é irmã Maria Luiza. A Comissão Histórica, encarregada de procurar os escritos, reportagens veiculadas na imprensa, cartas, presentes e recordações, tem como responsável padre Vânis Vieira, irmã Elisabeth e a sobrinha da Serva de Deus, Carmem Sylvia Marques de Carvalho, que seguiu as orientações do postulador Paolo Villota, e já está digitando documentos, comentários, versos, poesias e cantos. A priora, aproveita para mais uma vez pedir ajuda da comunidade, já que foram poucas coisas da Madre Tereza que foram levados ao Carmelo para ser incluso no processo. “Quero deixar bem claro que nada disso será divulgado, nem vai aparecer o nome de quem recebeu uma correspondência com conselhos dela, pois podemos encontrar coisas sobre a intimidade das pessoas. Precisamos e ter em mãos, a sua forma de atuação”, explicou irmã Vânia. 

 

NOSSA MÃE COM A CRUZ DO PADRE VICTOR


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