Secretário de Saúde se reune com moradores da AMSESAM e afirma que sua permanência na secretaria depende de autorização médica

REPORTAGEM

Denis Pereira

A Voz da Notícia

Os moradores que residem nos bairros Santa Edwirges e Santa Margarida tiveram uma boa oportunidade na noite desta segunda-feira (13) de falar com o secretário Municipal de Saúde de Três Pontas Dr. Paulo Sérgio Diniz. Com uma participação pequena da população, o médico pode responder a todos que foram a sede da AMSESAM. Antes, disse que está tendo que se afastar um pouco do trabalho por problemas de saúde, mesmo assim continua o chefe da pasta. Ele está tirando uma licença de 10 dias, mesmo assim quer continuar na secretaria. “Só saio se o médico me proibir mesmo, porque a minha pressão arterial está muito alterada”, adiantou. Dr. Paulo Sérgio já foi presidente do Colegiado dos Secretários Municipais de Minas Gerais (COSEMS/MG). Já ocupou a Secretaria de Saúde em outras gestões em Três Pontas, Boa Esperança, Sorocaba e Ribeirão Branco no interior de São Paulo.

O secretário fez uma explanação geral do que é a secretaria, suas limitações, financeiras e leis e determinações do Sistema Único de Saúde (SUS), que precisam ser seguidas a risca. Ao todo estão sob sua responsabilidade 376 funcionários em diversas áreas, como nos postos de saúde, laboratório, no Pronto Atendimento, na Farmácia Popular, no Centro de Especialidades Odontológicas no Centro de Atenção Psicossocial, entre outros.

Com satisfação falou da implantação da Unidade de Pronto Atendimento, que será construída na antiga usina de asfalto, localizada na Rua Barão da Boa Esperança, com recursos do Governo Federal na ordem de R$1,4 milhão, repassados via Governo de Minas e ainda equipá-lo. O treinamento especializado dos profissionais é feito pelo governo estadual. A contrapartida da prefeitura é manter a unidade aberta, pagando os funcionários, como hoje é feito no Pronto Atendimento Municipal. A intenção é transformar o prédio do PAM em Urgência Clínica, sem a realização de procedimentos o que já é feito pela UPA. A estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência – SAMU que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação. A partir daí, a grande vantagem é que os pacientes podem ser enviados para fora da cidade, sem ter que entrar na fila do SUS Fácil. Segundo Paulo Sérgio, a prefeitura tem até o dia 15 de março para enviar toda a documentação. Depois são mais 180 dias para fazer a construção.

Marcação de exames e consultas

Este foi o assunto mais questionado ao secretário. Moradores afirmam que a maioria das precisam aguardar meses para marcar um exame ou uma consulta médica, com um profissional que não se encontra na rede pública. Dr. Paulo respondeu que o sistema utilizado é do SUS e que ele possui um sistema de cotas que são pagas em dinheiro. Por isso, é preciso obedecer sem precedentes os limites exigidos, ainda mais por Três Pontas ser sede de micro. Para facilitar o entendimento dos moradores, explicou que a micro região que compreende o município tem ainda Santana da Vargem, Coqueiral, Ilicínea e Boa Esperança. Para todas estas cidades, são destinadas apenas cinco tomografias por mês, para uma população de 122.200 mil habitantes. “Para mim não interessa quem é a pessoa que está precisando. Se tiver, a gente arruma sem problema. Não tenho e nunca tive intenção de segurar vaga para ninguém. Às vezes pessoas próximas a mim me procuram pedindo que eu passe determinado paciente na frente. Nunca fiz e nem faria isto. Pois lá (na secretaria) não interessa se votou no prefeito que foi eleito, se é filiado a partido político. No caso de consultas o SUS não aceita pagar na rede particular”, explicou.

Sobre a fila na oftalmologia, Dr. Paulo Sérgio respondeu ao presidente da associação Francisco Botrel Azarias que o serviço não é da SMS. É uma clínica particular que a secretaria paga para apenas encaminhar os pacientes, porém, a cota é de apenas uma por mês, disponibilizada pela Clínica São José. Ela atende a 54 municípios, sendo as cidades da região pagam mais caro, por isso a fila é grande e há demora em conseguir vaga.

Farmácia Popular – falta medicamentos

O secretário disse que está faltando muitos medicamentos na Farmácia Popular Municipal. A justificativa é que os laboratórios todo fim de ano dão férias coletivas aos funcionários e causa um grande transtorno e a falta de remédios básicos que são adquiridos pela Secretaria de Saúde. Somando tudo o que foi gasto com medicamentos de todas as áreas e com recursos de outras esferas, a SMS gastou R$48 milhões em 2011. Logo veio do público se a prefeitura não poderia fazer um estoque sabendo que a cada fim de ano existe a demora em conseguir medicamentos que compõem a ‘cesta básica’ da saúde. Paulo Sérgio disse que as empresas estimulam também um limite que também é insuficiente para aguardar a normalização da fabricação. Outro ponto é que o orçamento do próximo ano ainda foi aberto e a compra é controlada por um sistema.

O Pronto Atendimento, por exemplo, ficou sem soro há poucos dias. Para não faltar este item precioso no atendimento à população, foi preciso pegar emprestado. A situação já voltou ao normal e a empresa já estocou o PAM.

Unidades básicas serão reformadas

As Unidades Básicas de Saúde, os conhecidos por postos serão reformados, dando mais conforto e humanização no serviço de atendimento à população. Antes, serão terminadas as construções das novas unidades localizadas nos bairros Morada Nova e Peret.