Com apenas um projeto na ordem do dia, vereadores da oposição destilam críticas ao Executivo

Denis Pereira
A Voz da Notícia

A Câmara Municipal de Três Pontas reuniu os 10 vereadores na noite desta segunda-feira (05), para apenas uma matéria, divulgada inclusive com antecedência pela Casa Legislativa no início da tarde. A sessão durou cerca de uma hora, descontando os atrasos de sempre.

A pauta com o Projeto de Decreto Legislativo 003 de 27 de fevereiro, concedendo Título de Cidadão Honorário de Três Pontas, ao empresário e instrutor de Auto Escola Edson Carlos de Mello. A proposta de iniciativa da vereadora Catarina do Nascimento (PSD), não gerou nenhuma manifestação. Aliás, neste tipo de projeto os legisladores só falam, é claro, para enfatizar o nome do homenageado.

O vereador Antônio Carlos de Lima ‘Antônio do Lázaro’, também do PSD pediu, mas não conseguiu que fosse incluso para votação, por causa do pedido de vistas de José Henrique Portugal (PMDB). A proposta que tem autoria do Executivo, doa uma área de 1.000,00 m², entre as Ruas José Cândido de Souza Sobrinho e Avenida Maria da Conceição Queiroz Marinho no bairro Antônio de Brito, à F.A. Empreiteira Ltda – ME.

Oposição mira Executivo no pequeno e grande expediente

O primeiro a falar de novo foi Sérgio Eugênio Silva (PPS). As críticas começaram na sua fala e perdurou até o fim da sessão, pelo grupo da oposição. Antes, liberou todos os projetos referentes a incentivos a empresas e indústrias. O vice presidente da Mesa, disse ter ouvido pelas ruas, que ele estaria segurando os projetos, mas, que a partir daquele dia, dividiria a responsabilidade com os colegas, que também querem analisar mais detalhadamente as propostas que já estão na Casa Legislativa. “Na próxima vamos resolver e votar contra a favor. Porém, antecipo que dei parecer contrário em todos”, avisou. Ao cobrar obras de recapeamento nas ruas Coqueiral e Antônio Carlos Bandeira pediu que a Administração olhasse os pedidos dos moradores que residem nestas duas vias do bairro Ponte Alta, pois, eles sim são eleitores.

Sobre a polêmica envolvendo os restos a pagar, Sérgio disse que participou na semana passada de uma Audiência Pública, e que soube de uma conta maior do que havia divulgado na semana passada. Ao invés de R$1milhão, seria na verdade mais de R$2,7 milhões. Volume que terá que ser pago com a receita de 2012, o que para o legislador vai comprometer os investimentos.  

Na contra mão, Antônio do Lázaro usou do microfone para defender a prefeita Luciana Mendonça (PR), e enumerou conquistas da Administração na comunidade que ele representa - o Quilombo Nossa Senhora do Rosário, o que o faz só ter motivos para agradecer e comemorar. Lembrou da antena de internet que atende a todos os estudantes da Escola Agrícola, os postos de atendimento dos Correios no Quilombo e no Pontalete. As duas últimas conquistas elencadas por Antônio foram a instalação de um antena de telefonia móvel, a sede da Associação dos Moradores, a cobertura da quadra poliesportiva e a construção de mais uma creche que terá erguida. A última frase de seu discurso, cutucou mais ainda a oposição. “Falta gratidão pela prefeita que está trabalhando muito, avaliou”.

José Henrique trouxe a sua preocupação sobre os inúmeros pedidos referente a falta de manutenção das estradas. Portugal não ficou apenas na infra estrutura e, alfinetou também o setor de saúde, cujo as reclamações são da falta de medicamentos na Farmácia Popular e a demora na marcação de exames e consultas.

Sérgio Silva deu o troco e disse que a carapuça não serviu à ele, pois já ‘comprou’ brigas em prol do Executivo e que não há motivos para aplausos.

Depois da fala do secretário da Mesa Érik dos Reis Roberto (PSDB), os discursos cessaram e o fim da reunião chegou. Ele gastou 12 minutos cronometrados para tascar críticas a atual gestão. Deu sequência na falta de manutenção das estradas vicinais e justificou que é impossível investir se tem aproximadamente R$3 milhões a menos.

O professor, não perdoou a situação e acrescentou que o grupo que acompanha, comunga e gere a cidade é desnorteado. “Isto é fato, e contra fatos não há argumentos”, criticou.