sexta-feira, 16 de março de 2012

Presidente da Frente Parlamentar do Café debate as dívidas do setor com produtores rurais


Denis Pereira
A Voz da Notícia

Produtores rurais e cooperados da Cocatrel, se reuniram na tarde desta sexta-feira (16), para discutir a renegociação das dívidas da cafeicultura, dação de pagamento, securitização e PESA. O encontro presidido pelo presidente da cooperativa Francisco Miranda de Figueiredo Filho, atendeu a um pedido da instituição e do Sindicato dos Produtores Rurais de Três Pontas e contou com a explanação do Presidente da Frente Parlamentar do Café deputado federal Diego Andrade (PSD). A frente tem são 370 parlamentares, entre deputados e senadores que tratam de várias demandas como o Código Florestal que precisa ser aprovado de forma que todos possam cumprir as exigências e também o PIS/Cofins. 

O bate papo com produtores de Três Pontas e Santana da Vargem e poucas autoridades foi no Auditório da Cocatrel e a maior preocupação se refere às dívidas que já deveriam ter sido pagas, porém, na época, o preço do café estava muito baixo o que inviabilizou o pagamento das contas.

O encontro sem muitas formalidades foi aberto por Francisco Miranda, que demonstrou satisfação em receber o parlamentar, que muito tem ajudado o setor cafeeiro em Brasília. Explicou que a principal demanda da cafeicultura hoje, é o prolongamento do prazo para quitação das dívidas, que já estão na União. O Governo Federal estabeleceu uma resolução dando um prazo para que o produtor regularizasse suas pendências, pagando um percentual, porém, o baixo preço pago na saca inviabilizou naquele momento fazer o que determinava o governo. “O Banco do Brasil é apenas o gestor e a União transferiu para a Receita Federal as pendências, perdendo o tratamento de dívida rural e passou a ser fiscal. Com isso, os juros de 6,75% foram para a Selic e o prazo diminuiu”, ponderou Miranda.
A luta é para que o Ministério da Fazenda e da Agricultura, restabeleça a Medida Provisória (MP), estipulando o um novo prazo e que as dívidas volte a ser do setor rural, mantendo os mesmos juros e o prazo seja de 10 anos.
Diego Andrade afirmou que a MP que está sendo formatada com o apoio do CNA, pede um desconto de 38% a 70%, a prorrogação de 15 anos, mas, os técnicos indicaram apenas 7. Porém, com diálogo entre a frente e os órgãos governamentais eles acreditam que podem ser atendidos em 10 anos. Além disso, Andrade considera que seja importante observar a questão do tamanho da propriedade, já que a maioria são pequenos e médios produtores.
O grupo tem o apoio importante do ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel, que tem forte lanço de amizade com o senador Clésio Andrade (MG-sem partido), que também integra a Frente do Café.  Para ele, o preço que hoje está em queda, em 2011 apresentou bons números. Na visão de Andrade, seu trabalho consiste em ouvir os produtores, por isso, está sempre na região buscando saber quais são os problemas enfrentados pela cadeia produtiva do café. E é nestas andanças pelas regiões produtoras é que surgiu um encontro com técnicos do governo que será realizado em monte São de Minas no dia 23 de março. De lá, sairá um documento que será elaborado pelos participantes e encaminhado ao Palácio do Planalto para análise.

O gerente do Banco do Brasil Eduardo Cordeiro da Silva, acrescentou que só na agência do BB de Três Pontas existem cerca de 400 contratos, que somam mais de R$20 milhões que foram colocados na dívida ativa apenas no Funcafé. 

Outra bandeira levantada durante a discussão, foi a questão do preço de referência que sempre se mantém, porém, o preço de produção cada vez é maior. Enquanto o preço médio de custo é de pelo menos R$342 a saca, o preço de referência é de apenas R$304.
Mesmo não sendo técnico da área, Diego Andrade aconselha os produtores a investirem em qualidade.  “O caminho é investir na qualidade e agregar valor. O que a gente vê é que quando o preço melhora um pouco o preço, todo mundo sai plantando. Isto ocasiona um excesso de oferta um tempo depois e antes de começar a colheita o preço já caiu”, disse. 

Participaram – Marcaram presença os vereadores José Darcy Pereira de Três Pontas, de Santana da Vargem João Martins Boaventura (PMDB) e Expedito Alves de Oliveira (PSD), o diretor da Fateps e pré candidato a prefeito João Victor Mendes, o diretor técnico industrial da Cocatrel Nivaldo Mello Tavares e o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Gilvan Mendonça. 

O diretor da Cocatrel Nivaldo Tavares, o presidente Francisco Miranda e o deputado federal Diego Andrade


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