terça-feira, 19 de junho de 2012

Sessão da Câmara é marcada por bate boca do começo ao fim

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 Público compareceu e mais uma vez assistiu uma sessão cheia de bate boca

Denis Pereira
A Voz da Notícia

O Plenário Presidente Tancredo Neves da Câmara Municipal de Três Pontas esteve cheio na sessão ordinária desta segunda-feira (18). Faltando ainda 12 segundas-feiras para a chegada das Eleições o clima continua quente, com discussões, bate boca e nervos a flor da pele. Apesar dos pedidos do presidente Sebastião Pacífico (PSD) desde a semana, discursos são usados para defender ou para opinar sobre acontecimentos na cidade que acabam levando a reunião para outros caminhos.
Na pauta haviam cinco projetos de lei, porém ainda no pequeno expediente um deles, de autoria do vereador José Henrique Portugal (PDMB) foi retirado a seu pedido. Com um parecer contrário da Comissão de Justiça e Redação, o legislador recuou e disse que vai apresentar uma emenda exemplificando a proposta de alterar o Código de Posturas, dando autorização para que vendedores ambulantes possam usar qualquer rua ou avenida para comercializar seus produtos até a construção do Mercado Livre do Produtor Rural.
Com a casa cheia, o vereador Antônio Carlos de Lima (PSD), que pediu a Comissão de Justiça e Redação liberasse um projeto de lei sobre o Parque Vale do Sol e a Casa Pietá, para que fosse inserido na ordem do dia de votações. Ao fazer o pedido, apresentou duas emendas, uma de desafetação e outra de contra partida da associação. Alegou que a proposta está parada na Câmara faz tempo. O objetivo é realizar a concessão de direito real de uso de uma área no Parque Municipal Vale do Sol e destiná-la à Associação de Amparo e Recuperação dos Dependentes Químicos de Três Pontas (Casa Pietá), pelo prazo de 20 anos, como forma de incentivar o trabalho social desenvolvido pela associação que trata de dependentes químicos.  
Com membros da instituição no Plenário, Pacífico explicou que este é um novo projeto que ainda não havia passado pelas comissões de estudo e que não poderia ser votado as pressas, para que futuramente ele fosse derrubado pelo Executivo, nem mesmo ser alvo de ação na justiça por parte do Ministério Público. De imediato, diante da postura do presidente de negar o pedido, Antônio do Lázaro, cobrou que o projeto foi protocolado no dia 06 de junho. O vice-presidente Sérgio Eugênio Silva (PPS), interveio e cobrou quanto aos prazos – 45 dias. Antônio insistiu, disse que a decisão deveria ser tomada pelo plenário, mas, Pacífico manteve seu posicionamento e houve bate boca. Porém, dois projetos do Executivo de abertura de crédito especial que chegaram na Câmara hoje, foram inseridos pelo próprio presidente.
Outro debate de ânimos exaltados foi entre Geraldo Alves Lopes (PMDB) e Alessandra Vitar Sudério Penha (PPS). Ela falou de uma festa junina realizada no bairro Jardim das Oliveiras. Apesar de não ser contra nenhuma festividades, alguns moradores que residem próximo do local do evento, realizado na rua, reclamaram do som alto demais na Rua Mathias Veloso Braga. Foram quatro dias de festa e mesmo tendo autorização para fazer o evento, segundo Alessandra é preciso respeitar quem precisa acordar no cedo no dia seguinte, respeitando as pessoas e os limites de sonorização.
Na contramão da fala da colega, Geraldo Alves parabenizou os organizadores da festa e explicou que foi beneficente a Casa da Sopa. Segundo ele, muito bem organizada e sem incidentes. Lembrou que a cidade está carente de eventos, principalmente ao s fins de semana. As declarações da vereadora teria causado insatisfação em Geraldinho pois a maioria das pessoas que moram ali perto estavam na comemorações. Quando Alessandra quis responder, ou rebater as informações do legislador, o presidente cortou ambos. Disse que no pequeno expediente não há como dar espaço para réplica, tréplica e assim sucessivamente.
Serjão cobrou mais organização do presidente no pequeno expediente. É que os vereadores não demonstram que querem falar até quando o companheiro de bancada discursa e seus companheiros de vereança rebatem as informações.


PAUTA DE VOTAÇÕES – Seis projetos e muita discussão
Com a pauta pronta, a sessão seguiu para as votações dos projetos de lei, todos do Poder Executivo. O projeto de lei 020 de 19 de março suspende a exigibilidade de crédito tributário municipal através da concessão de moratória, em caráter geral a todos os contribuintes municipais inscritos em dívida ativa junto ao município de Três Pontas, referentes aos vencidos no exercício de 2007, pelo período de 8 meses a contar da publicação da lei, inclusive com o congelamento dos valores durante todo o período.
O vereador Paulo Vitor da Silva (PP), apresentou durante a discussão uma emenda retroagindo os efeitos da lei, a partir de 1º de janeiro de 2012. Isto gerou mais discussões. Luis Carlos da Silva (PPS), pediu então que como foi apresentado a emenda que o projeto retorne às comissões para análise. Como a resposta foi positiva e de pronto do presidente, Antônio do Lázaro interveio e solicitou que antes da decisão do Chefe do Legislativo, o plenário deveria ser consultado, por isto pediu a opinião dos colegas. José Henrique disse que é uma emenda simples e retirar o projeto da pauta por causa dela, seria um ato de quem não se preocupa com a população carente. Luisinho voltou a falar e acrescentou que está apenas cumprindo o que determina a lei. Os membros do PPS votaram contrários, a emenda e ao projeto - Sérgio Silva, Alessandra Sudério,  e Luis Carlos.
Seguindo os trabalhos, os vereadores aprovaram por unanimidade dois projetos referentes a aberturas de créditos especiais no orçamento de 2012. O primeiro no valor de 200 mil para serem aplicados na construção de uma Unidade Básica de Saúde (porte I), no bairro Alcides Mesquita, local que abrigará uma equipe do Programa Saúde da Família (PSF). O outro o crédito é no valor de R$116.332,80 para implantação da Casa Lar em Três Pontas que vai atender crianças e adolescentes vítimas da violência, negligência e ou abandono que estão sob medida de proteção, encaminhadas pelo Poder Judiciário, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente. Ambas as propostas receberam elogios da bancada da situação.  
Dos vereadores José Darcy Pereira (PSD) e de Sebastião Pacífico, uma nova lei foi aprovada, que atendendo a um requerimento apresentado por farmacêuticos quanto a distância mínima de 300 metros para a instalação de novas farmácias. Com isto, os novos estabelecimentos que forem abertos provavelmente serão nos bairros, beneficiando moradores, já que no centro a concentração de farmácias já é grande. O vereador Geraldinho se absteve de votar.
Os dois projetos encaminhados com pedido de urgência pela prefeita Luciana Mendonça (PR) aos vereadores foram aprovados. Antes a sessão foi suspensa a pedido do vereador Sérgio Silva. Ao invés de 5, o presidente concedeu 10 minutos para que todos conhecessem as propostas. Em quanto isto, Pacífico orientou o fundador e presidente da Casa Pietá, Norian Donizeti Marcelino (foto ao lado) a falar com a assessoria jurídica da  Câmara, para saber qual documentação ainda estava pendente para que a área seja destinada a instituição e qual a análise ele já teria feito da proposta. Antes de reabrir a sessão, Pacífico chamou Norian Marcelino que usou do seu microfone para falar do trabalho desenvolvido. Pacífico também lembrou que falta a autorização do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente CODEMA que a área seja destinada a entidade.
Depois de reabrir a reunião ordinária, os projetos de aberturas de créditos especiais foram votados e aprovados. O primeiro da construção das etapas II e III do Centro de Eventos Wagner Tiso no valor de R$1.165.760.87 e o outro da construção de uma quadra poliesportiva no valor de R$42.596.39, no Complexo Randal Diniz.
Cobranças e explicações no grande expediente
No grande expediente o bate boca continuou com acusações, defesas e cobranças feitas ao Poder Executivo. Começando por Antônio do Lázaro que disse que já tentou resolver o problema de estacionamento no fim da Rua Frei Caneca, próximo ao semáforo, onde as empresa Fermatel e Cedup utilizam da calçada para estacionamento de seus clientes, deixando o veículo com a traseira em cima das calçadas, causando transtornos para cadeirantes, que precisam descer na rua correndo risco de serem atropeladas. Ele pediu que fossem oficializados o comando a Polícia Militar, o Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) e o Ministério Público. O Chefe do Demutran já esteve no local, prometeu resolver e até agora nada foi feito e a PM já autuou os comerciantes.
Pedindo para mandar um recado ao dono do loteamento localizado no bairro Vale do Sol, que os demais vereadores, apontando o nome dos da oposição, Antônio pediu que na área não fosse feitas mais edificações, para diminuir o volume de água que desce pelas ruas e chegam na Avenida Oswaldo Cruz, provocando enchentes. Ele chegou a pedir a interdição do loteamento como prevenção de um Tsunami, como aconteceu no Japão.
Em seguida foi a vez do vice presidente Sérgio Silva falar. Em tom de ironia, respondeu ao colega que o antecedeu que a solução é construir casas em cima de árvores e andar de cipó, já que o trânsito também está caótico. O discurso do legislador sobre para cobrar explicações do Executivo, através de ofício, sobre a construção do Centro de Pediatria Dr. Glimaldo Paiva. Segundo ele, na semana passada recebeu denúncias de moradores informando que o empresário que havia fornecido as lajes para a obra, estava recolhendo o material, pois não havia sido pago. Sem saber de quem é a culpa, pediu que o Executivo se explique. Para responder, Antônio pediu ‘a parte’, na fala do colega de bancada e disse que a responsabilidade é da empresa que venceu o processo licitatório do engenheiro Miguel Bertozzi. Porém, disse que falta a prefeitura receber R$697 mil do Governo do Estado para concluir a obra.

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