Mais um nome integra a lista de pré
candidatos a prefeitura de Três Pontas. Trata-se do Delegado e Presidente da
Associação dos Delegados da Polícia Civil de Minas Gerais, Francisco Eustáquio
Rabello. Irmão de outro pré candidato, Paulo Luis Rabello (PPS), aos 66 anos, o
trespontano Chico Eustáquio como é conhecido, já disputou duas vezes uma vaga
na Assembléia Legislativa e hoje é o primeiro suplente do seu partido o PRP.
Mora em Belo Horizonte, mas, semanalmente vem a Três Pontas onde tem uma residência
e propriedades. Na última semana, ele foi sabatinado pela Equipe Positiva e
respondeu diversas perguntas: se estaria disposto a concorrer a prefeitura com
seu próprio irmão, se é um candidato independente ou pode ser apoiado pelo
senador Clésio Andrade.
Depois que a entrevista foi veiculada na
Rádio Positiva, veja na integra as respostas de Francisco Eustáquio Rabello.
Quais os
seus planos para a eleição em Três Pontas em 2012?
Eu fui candidato a deputado estadual e fui
premiado pelos trespontanos com quase 11.500 votos. Para mim foi uma satisfação
muito grande. Ao longo de minha história, tenho contribuído sempre que posso
com Três Pontas. Sempre estou vigilante nos interesses maiores da cidade. E
quando eu recebi estes quase 12 mil votos, eu me sinto na responsabilidade de
continuar, porque os avanços sociais, as conquistas da população em geral são
feitas através da política. Sabendo disso, eu não posso abandonar os meus
conterrâneos, a minha terra, sem continuar dando uma contribuição naquilo que
eu puder. Então eu continuo político e estou na política. Quando perambulo pela
cidade, porque eu venho semanalmente aqui, algumas pessoas me perguntam se eu
vou me candidatar a prefeito ou a vice. Isto é um processo de negociação. Eu
digo que sou trespontano, tenho um compromisso com o povo e vocês podem ter
certeza que não vou furtar a responsabilidade de estar presente, apoiando,
participando ou disputando. Vocês da Equipe Positiva, podem ter a certeza que
nunca me furtei e não vou me furtar de ajudar Três Pontas nos avanços de que
ela precisa caminhar.
Mas o
senhor é um pré candidato a prefeitura de Três Pontas ou não?
Nós estamos negociando. Temos conversado com
algumas pessoas que falam comigo e que citam meu nome. Eu tenho visto no jornal
aqui de Três Pontas algumas pessoas tem jogado meu nome. São coisas que me
envaidece e eu fico satisfeito de ser lembrado. Sinal de que existem pessoas
que acreditam no meu trabalho. Agora dizer que sou pré candidato, ainda não
houve convenção do partido. O que existem são comentários, pedidos e
solicitações e alguns contatos mais próximos aonde as pessoas envolvidas nas
questões políticas é que me indagam e eu digo que sim, que estarei presente.
Mas uma
vez seu nome sendo indicado, sendo aprovado pelo partido, pode se
concretizar uma possível candidatura?
Com certeza. Eu não deixarei de atender este
chamamento.
O senhor
seria um candidato independente ou pertenceria a um grupo político?
Eu acho que independência em política é muito
difícil. Política é articulação. Você tem que articular, chamando inclusive
aquelas pessoas que podem ter alguma resistência ao seu nome e mostrar que o
seu nome é viável, que você tem programa, história e uma biografia. E que você
vai projetar a sua biografia na administração pública. Todo o povo, os partidos
políticos tem que conversar para haver um entendimento. Agora se houver uma
coligação, ou uma articulação política maior é claro que se eu for convidado eu
vou aceitar.
Comenta
se na cidade que o senhor estaria disposto a disputar as eleições municipais e
pertenceria ao grupo do senador Clésio Andrade. Isto é verdade?
Como eu acabei de dizer. Existe uma
articulação também neste sentido, como outras pessoas que tem uma tendência de
ser uma candidatura independente, já falaram comigo. Eu não afasto nenhuma
possibilidade. Eu acho que para Três Pontas o momento é rico. Na sociedade, nos
grupos em que vivemos existem situação e oposição. Eu que administrei quase que
no primeiro escalão a entidade que eu pertenço, a Policia, lá existia também
oposição ao grupo que administrava. E você tem que conviver harmonicamente com
a oposição. Eu sempre digo, que infeliz é aquele povo que vive onde não existe
oposição. Ela muitas vezes te ensina o caminho. Eu não tenho nada as pessoas
que opõem ao meu nome ou opõem ao grupo que eu possa vir a pertencer amanhã. Pelo
contrário, é a democracia que dá vida a sociedade, e quem faz isso é a oposição
que te fiscaliza. Muitas vezes a oposição te ilumina porque você está indo para
o caminho errado, porque ela te fiscaliza 24 horas por dia, te chamando a
atenção. Eu parabenizo quem estiver na oposição em qualquer situação, nas
esferas, trespontana, mineira e brasileira. Porque é ela que dá vida a democracia.
O senhor
disse que tem bom relacionamento com várias pessoas que pertencem ao grupo do
senador Clésio Andrade, citando o nome de João Victor Mendes de Gomes e
Mendonça. Poderia surgir uma dobradinha, entre João e o senhor?
Olha eu não afasto esta possibilidade. Eu
sempre uso esta palavra que eu usei por intuição. Hoje já uso por um ato de inteligência,
que é a articulação. O João Victor é uma pessoa que eu respeito, já deu
demonstração de amizade e de carinho para com a minha pessoa. Como tenho com
outros também que estão na administração do município que eu convivo bem.
Alías, eu posso dizer a vocês que sou feliz porque que não tenho inimigos. Tem
pessoas que tem posições contrárias as minhas. Mas as divergências ficam no
campo das idéias não de ordem pessoal.
Dr.
Francisco, o seu irmão Paulo Luis Rabello é também pré candidato a prefeitura.
Se a sua candidatura vier a acontecer, o senhor estaria disposto a concorrer
com seu irmão?
Olha o Paulo Luis é uma pessoa do bem, é meu
irmão. Nós tivemos uns probleminhas de ordem pessoal. Eu disse e ratifico para
vocês, eu não tenho inimigos. Eu não alimento o ódio, pelo contrário. Amanhã se
ele for candidato a prefeito e se ele não vier no nosso grupo, vai haver uma
disputa serena, tranquila e respeitosa. E as divergências que caso possam
surgir vão ficar extremamente no campo das idéias.
Mas o
senhor então aceitaria uma aliança com Paulo Luis?
Quem sabe. Articulação e conversação na
política são boas para isso. A arte da boa política é essa.
Outro
nome citado como pré candidato é também de seu partido, o Dr. Valério. Como o
senhor avalia o nome dele numa possível disputa?
Eu tenho pelo Dr. Valério o maior carinho. É
uma pessoa que me identifico muito e repito o que já disse em uma entrevista
anterior, que ele é meu amigo. Aproveito para ratificar, que sou seu amigo,
gosto demais dele e tenho um relacionamento com ele quase que de irmão. Se
amanhã ele vier a ser candidato é um bom nome, que já esteve em disputa a uma
cadeira para Deputado Federal e foi candidato também a prefeito. É um chefe de
família e ótimo profissional.
Durante
o mandato do seu irmão Paulo Luis, houve uma mobilização da comunidade
contrária a instalação de uma unidade de um Centro Sócio Educativo. O senhor
também participou levantando esta bandeira. O senhor continua com este mesmo
pensamento?
Olha isto é princípio. Eu acho que o bom
político ele tem que trabalhar no sentido de conquistas maiores para a população.
Eu dizia naquela época e continuo dizendo que o político tem que procurar
inicialmente atender a população na educação, no trabalho, na segurança pública
e na cultura. Eu vi naquele momento, em razão de ter uma visão mais cósmica da
questão de segurança pública, que queriam fazer de Três Pontas um depósito,
entre aspas, “uma prisão de menores infratores”. Eu discordei no primeiro
momento e como político, defendendo as questões políticas de Três Pontas não
queríamos um retrocesso. Eu digo e repito, naquele momento eu vi alguns
deputados de Varginha, um deputado Federal de Boa Esperança que não lutaram
para levar o CEI, que é um Centro de Internamento de Menores para suas cidades.
Ora, porque trazer aqueles menores com 16, 17 com 7 homicídios, com
participação efetiva no tráfico e no latrocínio para serem recuperados
justamente no Quilombo? Eu acho que seria um ato impensado da administração
municipal. Eu procurei me interar e achei que seria um deserviço e uma covardia
de minha parte ficar em silêncio naquele momento. Eu tinha que me manifestar. Eu
continuo com o mesmo pensamento. Se amanhã houver qualquer movimentação neste
sentido, eu vou estar novamente com aquelas pessoas e outras que queiram dar as
mãos para lutar contra isso. Posso adiantar para vocês que tive uma conversa
recente com a atual prefeita Luciana Mendonça que me prestigiou nas eleições,
esteve do meu lado e pediu votos para mim, ela me disse que um deputado de
Varginha, cujo nome não vou citar, vou deixar por conta dos leitores
decodificar o nome que eu quero falar, que
a chamou para fazer uma penitenciária na divisa de Três Pontas com Varginha
para 200 vagas para marginais. Olha, ele gosta tanto de Três Pontas que ele
quer colocar na divisa. Se ele luta tanto para o progresso de Varginha, porque
que ele não leva para lá. Eu não poderia jamais concordar com isto
E a
respeito da instalação da SUAPI que cuida dos presos, instalada recentemente em
Três Pontas transformando a cadeia em presídio?
Olha, a nomenclatura que a lei de execuções
penais dá, a este tipo de unidade de recolhimento de pessoas que comentem
crimes ... aqui chama se cadeia pública. Eu digo para vocês que por uma questão
de coerência e uma coisa que busco sempre. Acho que o homem tem que buscar
sempre ser coerente. Não sei se vocês vão se lembrar da manifestação que eu fiz
e por escrito, mostrando o perigo que é uma unidade prisional daquele tamanho
no centro de Três Pontas. Eu acho que as unidades prisionais como sonho
acontecer nas grandes cidades de Minas Gerais e percebo porque conheço o Estado
quase que todo, elas são feitas fora da cidade. Pois poderá haver problemas,
inclusive mediante a prestação de trabalho. Hoje a remissão de pena é feita através
de horas em aulas. E eu digo, as celas não recuperam ninguém. Desafio qualquer
pessoa envolvida na administração de uma unidade prisional a nos trazer alguém
que foi recuperado nestas masmorras que existem em Minas Gerais e no Brasil.
Nós temos que dar um passo a frente. Eu digo para vocês que hoje a SUAPI
assumiu aqui e a coisa que eu já vi quando presidente do sindicato dos
Delegados, ingressei com uma ação contra o governo do Estado, para que a
Polícia Civil se afastasse. Então, eu não sei se as pessoas vão ficar alegres,
mas, quando eu entrei com esta ação, nós obrigamos o Estado a arrumar mais de
10 mil empregos aos Agentes Penitenciários, inclusive alguns que estão
trabalhando na cadeia pública de Três Pontas. Foi esta mão direita, de um
conterrâneo que através de uma Ação Ordinária que conseguiu fazer com que hoje
nós oferecêssemos mais 10 mil empregos à essas pessoas. Por uma questão de
coerência, eu sei que cadeia não recupera ninguém. Há de chegar o dia, e ele
não está tão longe assim e, inclusive deve estar sendo votado hoje o uso das
tornozeleiras que serão colocadas nos pés d os presos, assim ele será será
identificado em qualquer lugar. A criação desta cadeia, a forma que ela foi
colocada e principalmente por estar no centro, ao meu ver, é um erro de estratégia
inclusive da Secretaria de Defesa Social, através da sub Secretaria de Assuntos
Penitenciários. Tenho o maior respeito por todos que trabalham aqui, mas
continuo por uma questão de coerência, achando que não é um local adequado para
se fazer uma cadeia pública, contraria a história do nosso município.
Qual a
avaliação você faz da atual administração da prefeita Luciana Mendonça?
Tenho andado pela cidade e visto diversos
postos de saúde que serão inaugurados brevemente. Gostei muito do que vi. Eu
estive na construção da Escola do Sest Senat. Vi inclusive que Três Pontas foi
pavimentada, porém acho que não houve marketing. O meu bairro estava cheio de
buracos, todo deteriorado. Vi que houve uma melhora, mas, eu não vi propaganda.
Se você faz e não anuncia ai fica muito fácil para o adversário denegrir a sua
imagem. Agora questões menores eu não paro para examinar. Eu quero ver é
avanços e estas questões de ordens minúsculas eu não paro para discutir. Três
Pontas precisa avançar e crescer. Eu vi muitas obras que vão facilitar a vida
de muitas pessoas. Na assistência social, na assistência a saúde, tenho somente
que parabenizar. Existem muitas outras coisas a serem feitas que a gente está
vendo. Agora, nenhum administrador tem varinha de condão, Desde a presidente
Dilma, o governador Anastasia e a prefeita não tem varinha de condão.
Para
avançar o senhor acha importante que a cidade receba o apoio do senador Clésio
Andrade e do deputado federal Diego Andrade?
Nós temos que ter representantes na
Assembleia Legislativa, na Câmara Federal e porque não no Senado Federal. É lá
que os orçamentos são buscados e se não houver pessoas com representação nestas
Casas, não adianta lutar. Em Três Pontas os votos sempre foram a diversos
deputados estaduais e federais. E o que nós ganhamos? Quase nada. E nós vemos cidades
próximas de nós crescendo, porque tem deputado brigando por aquela cidade. Não
importa quem, que apelido tem, pois na hora de buscar todos vem aqui... hoje o
apelido é Diego e Dr. Clésio. Que seja encaminhado para cá muitos recursos e verbas
porque nós precisamos avançar. Eu vou dizer a vocês um pensamento, sem nenhuma
vaidade e sem pretensão de aparecer porque não é este meu discurso. Eu certa
vez fui questionado por algumas pessoas que Três Pontas tinha que ter uma
ligação direta com a Rodovia Fernão Dias. Continuo dizendo isso. Se fosse
eleito deputado estadual, eu ficaria quatro anos na tribuna da Assembleia
cobrando do governador do Estado esta ligação. Não é justo que tenhamos que passar
por Varginha ou por Nepomuceno para alcançarmos a BR 381, a grande artéria que
nos liga a São Paulo e Belo Horizonte, os centros mais próximos nossos. Acho
que tem que haver um esforço da comunidade trespontana como um todo - senador,
deputado estadual, federal, prefeito, vice e Câmara neste sentido. No dia em
que conseguirmos isto, Três Pontas vai mudar o seu caminho, a sua trajetória.
Tudo será mais fácil. Alguém que tenha idéias contrárias a minha que me
convença que eu estou errado. Se nós examinarmos o corpo humano, a gente vai
ver que as grandes artérias estão ligadas ao coração. Porque nós não temos que
ficar ligados a uma grande artéria para estarmos mais próximos de São Paulo e
Belo Horizonte e que todo trabalho e produção nossa, chegue com mais rapidez
aos grandes centros.
O senhor
nos disse em off, que tem um compromisso com Três Pontas. Que compromissos
seriam estes?
Eu vou rememorar um pouquinho. Eu sempre
quis, eu uso a expressão que a gente tem que despolonizar Três Pontas de todos
os outros grandes centros, aonde precisamos de cidades vizinhas que tem
populações maiores e tem representatividade na Câmara Federal e na Assembleia
Legislativa. Não sei si as pessoas vão se lembrar, mas para o cidadão tirar uma
Carteira de Identidade precisavam ir a Varginha. Para registrar um veículo
precisava também para ir para lá. Eu aproveitei o momento que fui
superintendente geral e trouxe para cá, a identificação civil que se faz na
hora. E a cerca de 3 anos eu consegui mais um equipamento aonde você tira a
Carteira de Identidade na hora. Se o número de funcionários é pequeno, então
não dá para atender todo mundo todo dia. Registro de veículos se faz on line. Estou
sempre presente. Participei desta luta não deixando que aqui se formasse uma
mini penitenciaria de menores infratores. Eu acho que planos para atender Três
Pontas eu tenho vários. A questão da educação, da estrada que eu citei, existem
muitas coisas a serem feitas ainda. Casa popular, por exemplo, através do Minha
Casa Minha Vida do Governo Federal, a gente precisa avançar mais e criar mais
unidades. Porque a gente anda por ai, a gente vê gente morando em verdadeiros
cortiços. Isso fere a dignidade humana.
O senhor
desistiu de ser deputado estadual?
Esta é uma palavra que para mim não existe. Tenho
uma dificuldade muito grande de recuar e desistir. Eu sou um otimista que
acredito sempre. Quando quero uma coisa eu quero para valer, não brinco em
serviço e afirmo que não desisti. Amanhã quem sabe havendo a possibilidade de
uma nova candidatura. E eu também sou o primeiro suplente de meu partido. Fala
se que o Deputado do meu partido João Vitor Xavier pode ser candidato a vice
prefeito de Belo Horizonte. Se isso acontecer e eles me chamarem para assumir a
vaga, a gente vai mostrar aqui veio. Eu acho que a gente não pode ser mais um, mostrando
a diferença.
O que
mais o senhor gostaria de acrescentar nesta entrevista?
Eu aproveito a oportunidade que vocês me dão
para agradecer. Aproveito para agradecer a confiança que meus conterrâneos depositaram
na minha pessoa. Sei que a cidade não avançou o quanto precisava, mas pode
avançar mais. Eu deixo o meu abraço e me coloco a disposição. Vocês podem ter a
certeza que onde eu estiver, aonde chegar um trespontano, tem um irmão dele ali
para lutar junto com ele.
NOTA DA EQUIPE POSITIVA:
A Equipe Positiva cumpre fielmente o seu papel de um verdadeiro órgão de imprensa, dando a mesma oportunidade a todos os pré candidatos ao serem ouvidos. Sem rabo preso com ninguém - político, grupo, administração, ou facção política, bem diferente de outros veículos, perguntamos o que as pessoas nas ruas gostariam de saber. O próximo a ser sabatinado é o atual prefeito de Santana da Vargem Argemiro Galvão (PDT) que também pretende colocar seu nome a corrida a pré candidatura.
