segunda-feira, 15 de julho de 2013

Funcionários da Tecnotêxtil protestam contra devolução de terreno. Administração afirma que empresa foi notificada


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Denis Pereira – A Voz da Notícia
Funcionários da indústria de confecção Tecnotêxtil fizeram um protesto na tarde desta sexta-feira (12), pelas ruas da cidade. O motivo é um projeto de lei do Poder Executivo que determina a devolução de três terrenos que a empresa não utilizou para a construção de uma creche ao lado do seu prédio, no bairro Alcides Mesquita.
Com cartazes, apitos e carro de som, todos os funcionários uniformizados saíram da sede da indústria na Rua Regina Célia Vicentini, passaram pela Câmara Municipal e pela Prefeitura, deram uma volta pelas Praças Tristão Nogueira e Cônego Victor e terminaram a manifestação diante do Paço Municipal.
O prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), acompanhou a movimentação de dentro do seu gabinete e se propôs a conversa com os funcionários que separados em grupos, poderiam conversar com ele. Porém, eles não aceitaram.
O sócio proprietário da Tecnotêxtil Paulo Tarandach explicou que o projeto de lei que deve ser votado nas próprias semanas, é contra a empresa, o crescimento da cidade e inaceitável para ele. O que mais o impressionou foi ver o envolvimento de seus colaboradores, que entendem que esta área é necessária para que a fábrica cresça, dentro do planejamento elaborado. Ao invés de terem que buscar novidades, a direção está tendo que procurar junto ao Poder Municipal resolver este impasse, afirma Tarandach.
Segundo ele, os terrenos foram doados para a construção de uma creche, para abrigar os filhos dos funcionários ou para alguma edificação para a ampliação da empresa. O problema é que até agora, a Tecnotêxtil não conseguiu passar os terrenos para a empresa e há também uma Ação Judicial sendo movida pelo Ministério Público de todos os imóveis que foram destinados à fábrica. “Eu gostaria de saber quem no meu lugar, estaria fazendo qualquer edificação numa situação como esta, onde o terreno não está no nosso nome e o Ministério Público está na justiça”, desafiou o empresário.
Paulo Tarandach afirmou que acreditava que o Poder Executivo estaria do lado da Tecnotêxtil brigando com o Ministério Público para que a Tecnotêxtil fizesse novas construções, porém, para sua surpresa o Executivo está contra a fábrica, que hoje gera mais de 500 empregos diretos. A empresa, produz uniformes e peças esportivas e está há quase 10 anos em Três Pontas.
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Quando os manifestantes chegaram em frente a prefeitura, Paulo Luis quis conversar com eles, em grupos, porém, eles não quiseram se dirigirem ao gabinete para ouvir os motivos que o fez enviar o projeto de revogação da doação à Câmara Municipal
O prefeito Paulo Luis Rabello afirmou que entende a manifestação das pessoas, o que são seus direitos, porém, é preciso entender do que se trata o projeto de lei, que não tira o imóvel que ela está utilizando, onde gera emprego e renda para Três Pontas.
Com uma pilha de documentos sobre a mesa, o Chefe do Executivo recebeu a Equipe Positiva, para fazer alguns esclarecimentos. Foram doados através da lei 3.153, de 14 de dezembro de 2010, três terrenos para a Tecnotêxtil com a finalidade a única e exclusiva de se construir uma creche. A lei que não foi elaborada por ele, determina que a obra teria que ser feita em 24 meses, o que não aconteceu.
Um dos entraves é que um dos terrenos não pertence mais ao patrimônio público municipal. “Como que o Município doa aquilo que não é dele”, questionou. Este terreno seria da Associação Renascer e qualquer pessoa pode se dirigir ao Cartório de Registro de Imóveis e verificar a informação. O pastor Luis Carlos Frankilin manifestou o desejo de devolvê-lo ao Município e segundo o prefeito, alguns procedimentos ilegais foram feitos, porém, ele não quis revelar o que teria acontecido durante a gestão anterior.
Paulo Luis, afirma que em momento algum é a favor do fechamento da fábrica ou esteja fazendo algo para que a empresa feche suas portas e listou os motivos.
Em janeiro de 2005 foi ele um dos grandes responsáveis para que a empresa permanecesse em Três Pontas. A determinação do seu antigo proprietário era para ela teria que ser fechada. Paulo foi pessoalmente em São Paulo para negociar com o dono, junto com o Hamilton de Paula em instituições financeiras colocando inclusive seus bens em garantia.
Talvez o atual proprietário tenha se esquecido que em maio de 2005, ele teve que fazer um depósito junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Outra coisa que Paulo Tarandach deva ter se esquecido e o povo não sabe é que no dia 11 de janeiro de 2008, foi Paulo Luis que assinou um Decreto desapropriando o imóvel no valor de R$1,5 milhão que abriga a fábrica que pertencia a Penalty à Tecnotêxtil.
Paulo Luis esclarece ainda que a empresa foi notificada do que poderia acontecer, antes do projeto de lei ser remetido à Câmara Municipal, mas que ninguém da empresa se posicionou sobre o caso ou o procurou. Ele acrescentou ainda que deve ser de conhecimento de todos, que existe uma ação sendo movida na Justiça contra todos os vereadores que votaram favoráveis as doações feitas à Tecnotêxtil  na época, também contra o proprietário e seu pai, junto ao Fórum de Três Pontas.
Paulo Luis assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o Ministério Público em que não poderá fazer doações de terrenos e imóveis, sem realizar o processo licitatório. “Enquanto eu for prefeito não haverá doações de terrenos assim como determina a lei”, disse.
Já houve uma primeira licitação e a empresa ArtFlexiveis já iniciou os preparativos para a instalação da sua indústria em Três Pontas.
Ele termina deixando claro que a Tecnotêxtil assim como outras que ganharam terrenos no passado e não cumpriram com as exigências dos projetos de leis, terão que devolver os terrenos. Uma empresa inclusive devolveu um imóvel para participar de licitação.
O prefeito disse que continua disposto para se reunir com os funcionários e a direção da indústria para explicar o projeto de lei.
Projetos
De janeiro até agora a Câmara já aprovou a devolução de terrenos das empresas Araújo Mitidieri, PROVCom Telecomunicações Ltda e Gradifer e um imóvel do Conselho de Desenvolvimento Comunitário do Distrito Quilombo Nossa Senhora do Rosário. Além do projeto da Tecnotêxtil tramitam no Poder Legislativo, a revogação das doações feitas à Fábrica de Velas Padre Victor e da Companhia de Produtos Agrícolas Ltda.
A votação do projeto da Tecnotêxtil vai ficar para o segundo semestre, já que esta é a última reunião antes do recesso parlamentar.
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