sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Familia atrasa sepultamento para identificar causa da morte de adolescente vítima de acidente

Familia atrasa sepultamento para identificar causa da morte de adolescente vítima de acidente
* Família quer saber se foram feitos todos os procedimentos para salvar a vida de Carol de 17 anos vítima de um acidente na Praça do Raul
“Nenhum Natal será mais como antes, pois todos os anos daqui para frente serão aniversários de morte da Carol”. Assim diz o tio de Ana Carolina Eugênio de 17 anos, José Carlos Albino. A DSC04527adolescente morreu na tarde desta terça-feira (24), no Hospital São Francisco de Assis em Três Pontas. Ela estava na garupa de uma motocicleta e seguia pela Avenida Brasil quando foi atingida por um Corcel, que seguia sentido bairro Catumbi. Com o impacto, ela foi arremessada contra um outro veículo que estava estacionado e o automóvel bateu em um poste de iluminação. O acidente foi na noite do sábado, dia 14 de dezembro na ‘Praça do Raul’. A menor foi socorrida com fraturas e escoriações no rosto e nas pernas.
O estado de saúde de Ana Carolina piorou domingo a noite e ela precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela respirava com a ajuda de aparelhos. Segundo José Carlos, a sobrinha dele teve o fêmur e as duas pernas quebradas, foi muito bem atendida no Pronto Atendimento Municipal (PAM) e em seguida internada no Hospital São Francisco de Assis. A paciente passou o domingo conversando com a mãe, mas as 4 da tarde entrou em coma. As duas da manhã em coma profundo e foi levada para a UTI. A partir daí a família não teve mais notícias. Por várias vezes eles procuraram os médicos e questionaram se era preciso transferir Carol, se o hospital tinha condições de permanecer com ela internada na unidade, porém, nunca tiveram resposta. Autoridades foram procuradas para intervir no caso, mas ninguém fez nada. Durante estes 11 dias internada Carol ficou inconsciente e nada foi feito, nem mesmo uma cirurgia. Segundo o tio, falaram várias vezes que foi feita a tomografia, porém ele soube que foi apenas na terça-feira e que tinha apontado uma mancha pequena no cérebro, pois que não tinha problemas.
Após a constatação da morte, o corpo foi levado para Varginha onde foi feita uma necropsia baseado no prontuário médico e liberado. A adolescente foi levada para ser velada, mas na tarde desta quarta-feira (25), surgiram dúvidas e vários questionamentos dos procedimentos realizados pelo Hospital. Minutos antes do horário marcado para o sepultamento a família se negou a sepultar o corpo de Carol enquanto não soubesse a causa da morte, já que o atestado de óbito só seria emitido nesta quinta-feira (26). Evitando que depois de sepultada, o corpo teria que ser exumado e as dificuldades seriam maiores.
Um boletim de ocorrências foi registrado para formalizar o pedido dos familiares, o corpo foi retirado do Velório nesta quarta por volta de 17h30 e voltou para o Instituto Médico de Varginha (IML), onde foi feito um exame necroscópico, visando apurar alguma irregularidade nos procedimentos realizados durante a internação.
O resultado deste exame apontou que a causa da morte de Ana Carolina Eugênio foi traumatismo craniano. O corpo voltou para Três Pontas na noite desta quarta-feira mesmo e foi sepultado em seguida por volta de 21h30.
Hospital nega que houve negligência
O Diretor Clínico do Hospital São Francisco de Assis, Dr. Aloísio Nogueira Resende nega que tenha havido imprudência no tratamento de Ana Carolina e afirma que em todas as visitas a família era informada sobre o estado de saúde da adolescente. Inclusive os médicos emitem diariamente um relatório de todos os pacientes da UTI. Isto acontece no horário de visita das 12 horas. A noite, as 20 horas há outro horário para visitações.
Dr. Aloísio revela que Carol foi mantida sedada, com a fratura fixada, estava sem movimento e o risco de transferência era maior, até mesmo para o Centro Cirúrgico. Ele conta que foram feitas pelo menos duas tomografias – uma no dia que ela foi transferida para a UTI e outra na véspera que a adolescente morreu. “Não havia nada que justificasse o tratamento cirúrgico da cabeça”, acrescentou o diretor. Colocando a disposição para sanar qualquer dúvida que paire sobre o tratamento dado a Carol, Dr. Aloísio diz ter a consciência tranquila e que não tem intenção de segurar nenhum paciente, necessitando a transferência é pedida para outro centro de atendimento.
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