segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Aécio terá que mudar a história

Histórico de eleições presidenciais mostra que nunca houve virada de um turno para o outro


Nunca antes na história deste país um candidato à Presidência da República saiu atrás num primeiro turno e conseguiu virar a eleição na segunda etapa. A frase tem um quê lulista, mas sua lição pode ter como alvo o senador Aécio Neves (PSDB), que disputa o Planalto com a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).


A história mostra que o tucano – segundo colocado no primeiro turno – terá que quebrar um tabu que perdura desde 1989, quando o segundo turno foi institucionalizado no país em sua primeira eleição direta após a ditadura militar. Naquele ano, Fernando Collor de Melo (PRN) venceu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro e no segundo turnos. A confirmação do favoritismo apontado no primeiro turno ainda ocorreria nas eleições de 2002, 2006 e 2010 (veja infográfico abaixo).
A tarefa de virar uma eleição presidencial se revela difícil, mas Aécio e sua equipe já elencaram aquilo que consideram essencial para tentar parar o PT nas urnas. O maior desses objetivos é captar os votos contrários à sigla no primeiro turno. Nesse cenário, a principal aposta são eleitores de Marina Silva (PSB), que terminou a primeira etapa com 21,99% dos votos válidos.
“Ele (Aécio) tem que se preocupar com os 60% que não votaram em Dilma, independentemente de onde vieram esses votos. Aí, entram muitos votos que foram dados a Marina no primeiro turno”, argumenta o deputado estadual reeleito João Vítor Xavier, próximo de Aécio.
O parlamentar tucano ainda afirma que o programa de TV e os debates serão importantes na tarefa de “convencer o eleitorado anti-Dilma”. “No debate, não tem (o marqueteiro) João Santana. Ele constrói uma personagem gravada nos programas eleitorais, maquia e treina Dilma. No debate, Dilma se mostra como ela é de verdade. E a diferença é brutal”, acredita.
ANÁLISE. Se o programa de TV é considerado um forte aliado da campanha – agora, ambos os candidatos têm dez minutos em cada exibição –, o professor de marketing da PUC Minas Hélvio de Avelar faz um alerta: “Não adianta pensar que o programa de TV é, sozinho, a salvação da lavoura se não houver uma pesquisa de campo muito bem-feita que determine o que o eleitor quer ver. Tanto Dilma quanto Aécio terão que rever seus discursos para chegarem a públicos aos quais não chegaram no primeiro turno”, avalia.
 Fonte: O Tempo

Nenhum comentário: