sábado, 18 de outubro de 2014

Para evitar racionamento de água, Prefeitura decreta Situação de Emergência


Medida é preventiva para evitar o racionamento. Quem lavar calçadas, carros, abastecer piscinas e for denunciado paga multa e pode ter o fornecimento de água suspenso pelo SAAE. Nascentes na zona rural estão secando
Denis Pereira – A Voz da Notícia
Com a estiagem e a falta de água, a Prefeitura de Três Pontas, decretou situação de emergência nesta quinta-feira (17). Os baixos níveis de vazão do Córrego Custodinho e do Sistema de Sete Cachoeiras, preocupam o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), que inicia uma grande campanha de conscientização, para o uso racional de água. O documento 8.410/2014 atestando a situação, foi assinado na presença da imprensa durante coletiva, no gabinete do prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), tem o intuito de evitar o racionamento de água, mas já aplica sanções para quem gastar além do que vinha gastando, nos próximos 60 dias. As medidas não se aplicam apenas às casas de saúde, hospitais e órgãos que prestem serviços públicos essenciais e construções e ou reformas de imóveis, desde que promovam o uso racional da água.
Pelos cálculos do SAAE, cada trespontano consome 200 litros de água por dia. O ideal seria pelo menos 150 litros e, em tempos de economia extrema, o recomendado é reduzir para 110 litros. A economia deve ser na hora do banho, mais rápido, ao escovar os dentes fechando a torneira, não lavar calçadas, telhados e reaproveitar a água da lavagem de roupas.
No anúncio da medida preventiva adotada pelo Município, Paulo Luis estava junto com a diretora do SAAE Marisa Cainelli Basílio de Brito (foto acima). Juntos, eles falaram aos jornalistas que a falta de chuva tem provocado um baixo índice pluviométrico. O maior problema é captação de água nos Sistemas do Córrego Custodinho e Sete Cachoeiras. Este último, já está funcionando em excesso. A bomba está permanecendo ligada durante 24 horas, ultrapassando a sua capacidade de funcionamento.
Em determinados bairros, que são abastecidos pelo Córrego Custodinho a água está demorando chegar. Caso dos bairros Aristides Vieira e Santa Margarida.
Depois de receber várias ligações de moradores que estão sem água, de comerciantes que tiveram que dispensar funcionários e da diretora do SAAE Marisa Cainelli apresentar as dificuldades no abastecimento de água, Paulo Luis fez uma reunião com alguns secretários e decidiu assinar um Decreto colocando a cidade em emergência.
De acordo com o gestor, as medidas que estão sendo adotadas é preventivamente para que a cidade não chegue a ter racionamento, o que já está acontecendo em diversas localidades do Brasil, e que não está descartado de acontecer em Três Pontas. A cidade é abastecida pelos ribeirões Sete Cachoeiras, Custodinho, Formiga e Quatis. O Custodinho quando cai a vazão, o que tem acontecido com freqüência, só fica uma bomba ligada, fazendo a adução dos Quatis e Formiga, para segurar a defasagem. As bombas estão trabalhando 24 horas por dia, no máximo de sua capacidade, principalmente o sistema de Sete Cachoeiras. Com isto, o aumento da conta de energia na autarquia é assustador desde a estiagem. Ela saltou de R$80 mil para R$114 mil mês.
Deixando a população ciente, o prefeito explicou que ainda não racionamento, devido ao Sistema Sete Cachoeiras, uma obra do ex-prefeito Tadeu Mendonça. Para o atual gestor, Tadeu que foi crucificado no passado, teve uma grande visão de homem público e futurista, garantindo o abastecimento na época para os próximos 20 anos, que está chegando. Agora, é necessário duplicar a captação de água, investimento altíssimo, longe das possibilidades financeiras da autarquia. O SAAE já está providenciando a elaboração dos projetos, para iniciar uma caçada aos recursos no Governo Federal, para que a obra garanta água aos trespontanos para mais duas décadas.
O decreto entra em vigor somente a partir de 03 de novembro, mas a cidade já está em alerta.  Durante o período de vigência do Estado de Emergência, está proibido, lavar calçadas, veículos, frente de imóveis ou vias públicas, o abastecimento de piscinas ou outras medidas que caracterize desperdício. Para quem desobedecer e for denunciado ao SAAE, pagará multa no valor de R$90,53. O valor é dobrado em caso de reincidência e pode chegar até a suspensão do fornecimento, após a terceira vez. A denúncia precisa ser formalizada através do 0800 035 2444, ou do sitewww.saaetpo.mg.gov.br/atendimento e, não pode ser no anonimato. O usuário terá direito a fazer sua defesa. O Ministério Público também será comunicado já que o desperdício é crime ambiental.
O SAAE já está fazendo um levantamento do consumo médio de todas as unidades consumidoras, dos últimos seis meses e sendo detectado que houve um aumento, sanções estão previstas, incluindo também a multa. A Prefeitura e o SAAE estão buscando conscientizar os funcionários que economize água, nos departamentos, secretarias e setores. Além dos serviços públicos serem comprometidos, toda a cidade sofre se o racionamento acontecer.

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